É mais um parecer negativo. Depois do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), é agora a Cultura que diz não às obras ilegais levadas a cabo pela Bacalhôa Vinhos de Portugal, empresa de Joe Berardo.

Há quase um ano e meio que, sem licença municipal de construção, a antiga estação de camionagem de Vila Fresca de Azeitão, Setúbal, está a ser transformado num palácio, um “falso histórico”, como lhe chamou a Direção Geral do Património Cultural (DGPC). A notícia é avançada pelo Público.

“O projeto apresentado, assente na introdução de uma nova ‘roupagem arquitetónica’, procurava reproduzir cânones estilísticos, ‘de linhas e proporções clássicas’, similares a uma ‘residência nobre’ em Azeitão”, explica a DGPC em nota enviada àquele jornal. Ou seja: “Os pareceres desfavoráveis foram fundamentados pela proposta de alteração da imagem industrial do imóvel existente (correspondente às antigas instalações da Transportadora Setubalense, mais tarde Rodoviária Nacional), tendo por base uma estratégia de implementação de um ‘falso histórico’, inadequada do ponto de vista patrimonial”.

O organismo explica ainda que o seu parecer negativo, dado por três vezes, liga-se com a “concorrência” que o novo edifício fará ao Palácio e Quinta da Bacalhôa, monumento nacional situado em frente à obras e que é também propriedade de Joe Berardo. As obras também não tiveram luz verde do ICNF por se situarem na zona da Reserva Natural do Parque da Arrábida.

Compete à Câmara Municipal de Setúbal, enquanto entidade gestora do território, o embargo da obra.

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