O grupo chinês Huawei perdeu o título de líder mundial na venda de telemóveis, no terceiro trimestre de 2020, conclui a empresa de análise de mercado Canalys, refletindo o impacto das sanções norte-americanas.

A Huawei vendeu no terceiro trimestre 51,7 milhões de telemóveis, uma queda de 23%, face ao mesmo período do ano passado.

A concorrente sul-coreana Samsung vendeu 80,2 milhões de dispositivos, uma subida homóloga de 2%, recuperando a posição de maior fabricante do mundo, de acordo com o estudo da Canalys esta sexta-feira difundido.

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/huawei/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”476″ slug=”huawei” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/huawei/thumbnail?version=1584567822690&locale=pt-PT&publisher=observador.pt” mce-placeholder=”1″]A Huawei está na mira do Governo de Donald Trump, que acusa a empresa de estar ao serviço dos serviços de informações da China.

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No espaço de pouco mais de um ano, Washington reviu por três vezes as suas regras de controlo sobre as exportações para a Huawei, afetando fornecedores da empresa chinesa em todo o mundo.

Desde setembro, por exemplo, a empresa não pode equipar os seus aparelhos com os novos chips Kirin, que o grupo não tem capacidade de fabricar internamente.

A empresa também perdeu o acesso a atualizações para Android, o sistema operacional do Google que é usado pela maioria das marcas de telemóveis.

As sanções beneficiaram, no entanto, a outra grande fabricante chinesa, a Xiaomi.

“A Xiaomi assumiu o risco de estabelecer metas de alta produção e valeu a pena”, disse Mo Jia, analista da Canalys.

A fabricante chinesa vendeu 47,1 milhões de smartphones, um aumento de 45%, face ao terceiro trimestre de 2020, apesar da procura global ter caído 1%.

“Há um paralelo entre a Xiaomi, que produziu mais 14,5 milhões de dispositivos, e a Huawei, que produziu menos 15,1 milhões”, observou Mo.

Fundada em 2010, a Xiaomi registou forte crescimento, nos últimos anos, oferecendo dispositivos de última geração a um preço acessível. Quase desconhecida no exterior há cinco anos, a marca era na época regularmente ridicularizada pelos seus produtos, fortemente inspirados no iPhone da Apple.