Na pele de secretário-geral do PS, António Costa terminou a reunião da Comissão Nacional socialista a atirar-se a Rui Rio. Com o presidente do partido — o açoriano e ex-presidente do governo regional dos Açores Carlos César — ao lado, Costa falou aos jornalistas para dizer que o PSD de Rui Rio cometeu um erro da “maior gravidade” ao ter “ultrapassado a linha vermelha da direita democrática” que toda a direita na Europa tem preservado: não celebrar acordos com a “extrema-direita xenófoba”. Foi isso que Rio fez ao celebrar um “acordo secreto” com o Chega nos Açores, independentemente dos termos desse acordo, disse.

“Independentemente do que diga o acordo secreto, o simples facto de haver um acordo é em si mesmo da maior gravidade. A normalização da extrema-direita xenófoba é abrir a porta aos inimigos da democracia, porque quem é xenófobo ofende o princípio da igualdade e da dignidade da pesssoa humana”, disse António Costa, sublinhando que o PSD de Rio se afasta desta forma de Angela Merkel ou de Pablo Casado, na Alemanha e em Espanha, que recusaram juntar-se a este tipo de partidos, não só nos acordos de governação ou apoio parlamentar como também, como aconteceu em Espanha, numa moção de censura ao Governo.

“O PSD deve ao país uma explicação, porque a direita democrática em toda a Europa tem traçado uma linha muito clara: não há entendimentos com a direita xenófoba”, disse, insistindo que Rui Rio deve explicar porque fez esse acordo e quais são os termos desse acordo.

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