O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse esta segunda-feira acreditar que com o novo projeto, encomendado pela Metro do Porto ao arquiteto Eduardo Souto Moura, o jardim de Sophia, na Praça da Galiza, vai ficar “perfeito”.

O jardim terá exatamente a dimensão do atual. É verdade que haverá algum constrangimento, mas nós vamos ficar com o jardim de Sophia perfeito”, afirmou Rui Moreira, durante a sessão da Assembleia Municipal do Porto, que decorreu por videoconferência.

Em reposta à deputada Bebiana Cunha do PAN, o autarca disse acreditar que com o desenho projetado pelo arquiteto Eduardo Souto Moura, o jardim de Sophia, um espaço criado nos anos 90 em homenagem à poetisa portuense Sophia de Mello Breyner Andresen, ficará “um jardim melhor até do que o que hoje lá existe”.

Em causa está o projeto da nova Linha Rosa do Metro do Porto que é formada por quatro estações e cerca de três quilómetros de via, ligando S.Bento/Praça da Liberdade à Casa da Música, servindo o Hospital de Santo António, o Pavilhão Rosa Mota, o Centro Materno-Infantil, a Praça de Galiza e as faculdades do polo do Campo Alegre.

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Esta linha é a parte inicial de uma circular interna que fará a ligação com os restantes eixos da rede do Metro.

Questionado ainda pela deputada do PAN sobre os projetos da Linha Rosa e Linha Amarela da Metro do Porto porem em causa árvores centenárias, Rui Moreira disse que no jardim do Carregal, junto do qual surgirá a nova estação de metro do Hospital de Santo António, “a questão não se coloca”.

A obra tal como vai ser feita vai ser de grande profundidade e a única coisa que virá à superfície serão respiros e questões técnicas. Por aí, a questão não se coloca e estará salvaguardada”, referiu.

Quanto ao jardim de Shopia, Rui Moreira lembrou que, apesar da estação ser mais superficial e requerer uma intervenção diferente, o projeto “ainda não está aprovado”. “O projeto ainda não está aprovado, a arquitetura ainda não está aprovada”, reforçou.

A Linha Rosa tem sido contestada por vários grupos ambientalistas do Porto que pedem que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) chumbe o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE), obrigando a Metro do Porto a alterar a execução do projeto prevista para o local.

Em 5 de novembro, a Metro do Porto informou ter adjudicado a construção da nova Linha Rosa, que se materializará após validação do Tribunal de Contas.

Também o Bloco de Esquerda já veio dizer que várias associações ambientalistas têm vindo a denunciar estes projetos e que, no caso da Linha Rosa, a Metro do Porto “estava obrigada pela DIA [Declaração de Impacte Ambiental] a compatibilizar a conceção da estação da Galiza com a preservação integral do Jardim de Sophia”.

Na quarta-feira, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, garantiu que conhece “bem” o relatório da Metro do Porto que contempla 11 eixos traduzidos em sete novas linhas, apontando para um “projeto para 10 anos, que em 10 anos estará concretizado”.

“Já conheço o estudo e conheço-o bem”, disse o ministro, à margem da assinatura de um protocolo entre a tutela e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CEiiA), em Matosinhos, quando confrontado pelos jornalistas com o facto de estar agendado para aquele dia a entrega do relatório final da expansão da Metro do Porto, numa cerimónia entretanto cancelada.

Em causa está o relatório final sobre as novas linhas de metro, que contempla 11 eixos de metro que se refletem em sete novas linhas.