O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, defendeu esta quarta-feira que o governo adote o princípio da antiguidade na escolha dos novos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Eu julgo que a escolha tem que ser feita dentro do princípio da antiguidade, até porque é uma substituição que não era prevista. Quando é uma substituição que é prevista, é distinto. Então se escolhe dentro da antiguidade e segue o baile”, disse Mourão.

Na terça-feira, o governo brasileiro anunciou a saída dos comandantes dos três ramos das Forças Armadas do país na sequência da demissão do ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, que foi demitido numa reforma ministerial que contou com a troca de comando em seis pastas do governo. A saída conjunta dos chefes das armas foi um ato inédito na história do Brasil após a redemocratização.

Mourão reconheceu que a saída do general Edson Pujol do comando do Exército, do tenente-brigadeiro do Ar Antonio Carlos Bermudês, da Aeronáutica, e a saída do almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior, da liderança da Marinha, foi “abrupta“, mas defendeu que a mudança é uma prerrogativa do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

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O Presidente tem a prerrogativa de mudar ministro, comandante de força também. Não é problema isso aí. Qualquer um que for assumir o comando das forças vai manter a mesma forma de atuar”, frisou Mourão.

Na segunda-feira, a imprensa brasileira destacou que a troca de comando no Ministério da Defesa ocorreu porque Bolsonaro pretendia dos militares gestos políticos favoráveis a interesses do governo como, por exemplo, um apoio à ideia de decretar o estado de defesa para impedir confinamentos pelo país devido à pandemia de Covid-19.

No dia seguinte, o Ministério da Defesa anunciou a saída dos comandantes dos chefes das forças militares sem dar explicações sobre o motivo da demissão.