“Estou feliz pelo regresso dele, do ponto de vista humano, porque, finalmente, pode voltar a fazer o que ama, que é correr [no MotoGP]. Do ponto de vista competitivo é um facto estimulante para todos nós porque, devemos ser honestos, no ano passado todos alcançamos ótimos resultados mas faltou o dominador da categoria. Portanto, a presença dele será um incentivo para cada um de nós elevar ainda mais o nível.”

A receção na chegada ao Algarve, o facto de correr em casa e o domínio total na prova do ano passado colocou de forma natural Miguel Oliveira como principal destaque deste Grande Prémio de Portugal, que tinha na manhã desta sexta-feira a primeira sessão de treinos livres ainda com a pista molhada em alguns sectores. No entanto, e além do natural interesse em acompanhar todos os passos do piloto de Almada, houve quase uma “divisão de atenções” com Marc Márquez, piloto espanhol seis vezes campeão mundial de MotoGP e que regressava às pistas de forma oficial 265 dias depois de uma longa lesão contraída ainda na primeira corrida da época de 2020.

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“Ainda sinto as borboletas no estômago, o que não é normal. A reabilitação tem esses dois lados. O físico, e nesse aspeto sinto-me pronto, e o mental, que se faz passo a passo. Nos últimos nove meses andei três vezes de mota, a última há um mês, pelo que esta prova será uma incógnita. Não sei como vai reagir o meu braço e o meu corpo. Gostava de me sentir mais preparado e amanhã [sexta-feira] ter um teste privado mas não temos essa possibilidade. É tempo de andar de mota. Tomámos a decisão em conjunto com os médicos e por unanimidade. Não tenho qualquer objetivo de resultado este fim de semana, só quero pilotar. Teremos tempo de colocar pressão, agora é tempo de apenas pilotar”, destacou o espanhol da Honda na antecâmara da prova.

O que aprendi é que temos muitas corridas pela frente e um único corpo. Cometi um erro e reconheço isso”, assumiu o hexacampeão mundial, que está a um título dos sete de Valentino Rossi e a dois do ainda recordista Giacomo Agostini, oito vezes vencedores nas décadas de 60 e 70.

A própria realização teve sempre um especial destaque nas saídas para a pista de Marc Márquez, o que deu para perceber que a equipa médica passou pela box do espanhol para saber como tinham corrido esses primeiros minutos após o regresso, saindo de forma aparentemente tranquila bem antes da segunda ida para a pista quando já estava com o 11.º tempo depois de ter andado na segunda posição (algo normal não só pelo aumento gradual da temperatura na pista e sobretudo o traçado mais seco com o passar dos minutos).

A Yamaha de Maverick Viñales terminou com o melhor tempo na primeira sessão de treinos livres (1.42,127), seguido pela Suzuki de Alex Rins (1.42,278) e, de forma surpreendente, pela Honda de Marc Márquez (1.42,378), que chegou mesmo a liderar num curto período antes de ser ultrapassado pelos compatriotas. Já Miguel Oliveira não foi além do 17.º lugar, com o tempo de 1.44,000, num período que deverá ter pouco impacto no apuramento para a Q2 tendo em conta os tempos que deverão surgir na segunda sessão de treinos livres, com a pista totalmente seca e a temperatura um pouco mais quente. Danilo Petrucci (Tech3) foi o melhor entre as KTM com o décimo registo (1.42,957), ao passo que Brad Binder não evitou o pior tempo da sessão (1.47,774).