O Presidente da República afirmou esta terça-feira, questionado sobre a convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), que tem havido congressos, convenções partidárias e encontros políticos e que tudo isso é “muito positivo para a democracia portuguesa”.

Em resposta a questões dos jornalistas, à saída do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, onde visitou uma exposição sobre a rainha D. Maria II, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “tudo o que é expressão de vitalidade política, vitalidade democrática, é importante”.

A democracia faz-se dessa vitalidade. Faz-se nos partidos, faz-se nas associações políticas, faz-se nos movimentos cívicos, faz-se nos encontros políticos”, prosseguiu o chefe de Estado.

Sem falar especificamente sobre o encontro que decorre entre esta terça e quarta-feira, em Lisboa, com intervenções dos líderes de PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal e Chega, o Presidente da República referiu que “tem havido congressos partidários, convenções partidárias, há encontros políticos mais amplos”, e afirmou: “Acho tudo isso muito positivo para a democracia portuguesa”.

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Interrogado se vê na presença do anterior primeiro-ministro e ex-presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, neste encontro do MEL um sinal de que poderá regressar à política ativa, Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu: “Eu não posso fazer comentários dessa natureza. Posso analisar para mim mesmo, mas não posso comentar”.

Quanto à capacidade dos atuais líderes dos partidos à direita para protagonizarem a alternativa de que tem falado, o Presidente da República remeteu essa questão para os eleitores, salientando que este é um ano de autárquicas e que “depois há um compasso de espera” até às legislativas de 2023.

E nessa altura o povo português decidirá efetivamente entre modelos alternativos políticos, mais à esquerda ou mais à direita, aquilo que prefere. E na altura se verá qual é a decisão do povo português em função das opções políticas, das lideranças, das alternativas”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa foi também questionado sobre a XII Convenção do Bloco de Esquerda (BE) realizada no passado fim de semana, em Matosinhos, e sobre a possibilidade de este partido se reaproximar do Governo do PS para a aprovação do Orçamento do Estado para 2022.

“Eu acho que não devo estar a antecipar sobre essa matéria aquilo que resulta de um processo que vai começar agora: há de haver a certa altura uma proposta de lei de Orçamento, entre junho e julho começa a ficar delineada, e depois há conversações e negociações, que às vezes duram até ao final da votação”, respondeu.

O chefe de Estado reiterou que não prevê “perturbações na aprovação ou na viabilização do Orçamento para 2022”, assim como na aprovação do Orçamento de 2023, e que admite “uma base mais ampla de apoio” do que as abstenções de PCP, PAN e PEV que viabilizaram o Orçamento para 2021, ou “uma solução similar”.

“Veremos”, observou.