Marques Mendes garante que, terminado o Estado da Nação, o grande desafio para António Costa é a remodelação do Executivo, prevendo que ministros como o Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, Marta Temido, ministra da Saúde, Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, e Alexandra Leitão, ministra da Modernização Administrativa, não deverão fazer parte da lista do que estão de saída numa possível remodelação, ainda que muitos apostem nestes nomes.

Para o comentador político, os mais prováveis a sair do Governo são Eduardo Cabrita, cuja saída diz ser inevitável, Francisca Van Dunem, Graça Fonseca e Manuel Heitor. Quanto ao ministro dos Negócios Estrangeiros, o do Mar, e da Agricultura poucas certezas há sobre a manutenção no Executivo.

Aqui tem as minhas previsões para uma remodelação, que pode acontecer em agosto, em setembro ou outubro”, rematou.

Graça Freitas mostrou “independência” do Governo

Esta noite, no seu espaço de comentário habitual, na SIC, explicou também que as medidas que entram este domingo em vigor “significam a ‘reconciliação’ de posições entre o Presidente da República e o Governo”, acrescentando que, além de um bom sinal para a economia, são também “o fim dos pesadelos das quintas-feiras”.

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O comentador político considera, porém, que adiar a abertura das discotecas “é uma violência para os jovens e um erro para a saúde pública”: “Festas selvagens na rua são piores que festas controladas nas discotecas”. E salientou o facto de continuar a haver “desumanidade” em alguns lares de idosos nesta fase.

Elogiando a diretora-Geral da Saúde, que, segundo diz, mostrou independência ao não recomendar a vacinação universal abaixo dos 16 anos, Marques Mendes salientou que a decisão foi tomada “contra a pressão política, desde logo do Governo”.

Ainda assim, deixou um reparo para o facto de haver um critério para o Continente e outro para a Madeira: “Parece que temos dois países.”

Lembrando que a vacinação reduz claramente o risco de morte, Marques Mendes elogiou a forma como o processo está a ser conduzido em Portugal –já foram administradas 12,2 milhões de vacinas administradas — e na União Europeia, ressalvando o elevado risco de os países africanos continuarem muito atrasados. É preciso os países mais ricos fazerem algo, defendeu.

É “positivo” que Rui Rio mude de estratégia

Referindo-se ainda à entrevista de Rui Rio ao Expresso, Marques Mendes disse este domingo que a mesma foi “curiosa e interessante”. Primeiro, afirmou, porque Rui Rio reconheceu que vai mudar de estratégia de oposição: “Vai apostar mais nas diferenças que tem com o PS. É positivo. O país precisa de ter uma alternativa. Para isso precisa de perceber onde é que o PSD é diferente do PS”.

Depois, porque acabou com as dúvidas sobre a sua hipotética saída: “Quer ser primeiro-ministro, vai a jogo no próximo Congresso e até vaticina que não terá um adversário forte”.

Sem Passos Coelho na corrida, Marques Mendes considera que o mais bem posicionado para disputar a liderança seria, neste momento, Paulo Rangel, apesar de poder haver vários candidatos.

E concluiu que Rio ganhar ou perder a eleição vai depender sobretudo da “oposição interna estar unida ou dividida”. Se estiver dividida, disse, como da última vez, Rio ganha. Por outro lado, rematou, se estiver unida, tudo pode suceder.