“Precisamos de chegar aos meses de abril e maio com jogadores frescos, jogadores com o fator ‘X’, que façam a diferença”, afirmou a semana passada o técnico do Manchester United Ole Gunnar Solskjaer. O treinador norueguês tem toda a razão, aliás, esses craques são sempre precisos. Até no início da época.

Ole falava sobre Bruno Fernandes, admitindo que talvez tivesse “exagerado” com o português, dando-lhe pouco descanso, visto o médio português ser “muito importante”. E foi, visto ser inegável que 58 jogos e 28 golos são excelentes números, sendo que 18 dos remates certeiros foram na Premier League, terminando no terceiro lugar dos melhores marcadores.

Bruno Fernandes foi um jogador de impacto imediato, logo quando chegou a Old Trafford em 2019/2020 vindo do Sporting. Conseguiu 12 golos em 22 jogos e rapidamente disse “hey, eu estou aqui, eu percebo disto”. Faltava-lhe, e não por ausência e mérito, o carinho em massa dos adeptos dos red devils em Old Trafford.

E isso, teve-o logo este sábado quando fez o 1-0 frente ao Leeds United, que é orientado pelo “louco” Bielsa, aos 30′, com assistência de outro rapaz com jeito para o futebol, chamado Paul Pogba.

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“Agora temos outros jogadores, como o Jesse [Lingard] que está de volta, Jadon Sancho [que custou muitos, muitos, milhões] e Martial está recuperado. Temos mais opções”, afirmou então também à ESPN o treinador Solskjaer. Tudo verdade, em teoria, mas, na prática, foi o portutguês que, a continuar a boa senda ao serviço do seu clube, fez levantar os milhares e milhares de fãs presentes em Old Trafford.

“Precisamos de chegar a abril e maio com jogadores frescos. Precisamos de jogadores com aquele fator X, para que possam fazer a diferença. No ano passado, por exemplo, talvez tenha exagerado com Bruno Fernandes, mas foi porque ele era muito importante para nós. Juntar estes jogadores extra, como Jesse [Lingard] que está de volta, Jadon [Sancho] que chegou agora e Anthony [Martial] novamente recuperado, dá-nos muito mais opções”, enalteceu o técnico do emblema de Manchester.

Mais uma vez, a teoria do treinador do Manchester United está certa mas, azar dos azares para as teorias do futebol, Bruno Fernandes havia de marcar novamente no início do segundo tempo. Mas já lá vamos.

Isto até porque os segundos quarenta e cinco minutos começaram praticamente com um grande golo de Ayling, empatando o jogo para o Leeds logo aos 48′. Mas Pogba, o tão muitas vezes criticado e já tantas vezes “quase vendido” Pogba, apareceu na primeira jornada da Premier League para jogar e assistiu Greenwood três minutos depois para o 2-1 do United.

Mais dois minutos e mais um golo do United. Se pensou numa jogada agora sim óbvia, deve ter acertado: Bruno Fernandes marcou (com o “relógio” do árbitro a confirmar que a bola passou da linha) com assistência de Pogba. Estava feito o 3-1 e o segundo golo do português (e o terceiro passe para remate certeiro do português).

À hora de jogo, o tal que se calhar até foi vítima de “exagero”, mas lá está, por ser essencial, marcou a bomba o 4-1, mas desta vez a passe de Lindelöf. Estava feito o hat trick do português. Pogba não estava numa de golos, mas assistências estavam a sair-lhe facilmente, conseguindo oferecer o 5-1 a Fred, ao minuto 68′.

Grande, grande exibição dos red devils no arraque da Premier League, excelente partida de Pogba mas, que dizer quando o Teatro dos Sonhos, aos 79′, gritou “Bruno, Bruno, Bruno”, apenas porque Bruno Fernandes se levantou depois de sofrer um pequeno toque.

É quase batota, porque ao ver em casa tiveram muito tempo para decorar o seu nome, mas é provável que, e lá está, numa época teoricamente “normal”, o “Bruno, Bruno, Bruno” seja ouvido muitas vezes. Este sábado, os cerca de 72 mil presentes, não deixaram de o cantarolar.