Portugal deve atingir os 85% de população totalmente vacinada contra a Covid-19 no fim de setembro, previu Gouveia e Melo, reiterando o que a ministra Marta Temido, responsável pela pasta da Saúde, já tinha comunicado na tarde de quinta-feira, que 70% já está vacinada.

“A previsão é atingirmos entre a terceira semana e a quarta semana de setembro”, disse o coordenador da task-force do plano da vacinação na quinta-feira à noite na SIC Notícias. No entanto, acrescentou,  tudo dependa de fatores como a adesão da população ou o impacto das férias no ritmo da vacinação.

O vice-almirante disse não saber qual será o futuro da task force após a chegada aos 85% de população vacinada: “Não sou eu que determino o que faço ou deixo de fazer. É o poder político e as formas armadas”, justificou o vice-almirante, que não está preocupado com o assunto: “Eu gosto de ser focado e não gosto de me preocupar demasiado com o futuro”.

Quanto aos protestos anti-vacinas junto aos centros de vacianção, considerou que “uma coação não é democracia”. Henrique Gouveia e Melo ressalvou que o direito à manifestação está consagrado na Constituição, mas que não deve ser “agressiva”, nem “insultuosa”. O direito a não ser vacinado não deve ser colocado em causa, mas isso não dá legitimidade para tentar convencer terceiros a seguir a mesma decisão, acrescenta.

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Questionado se, à semelhança do que aconteceu no fim de semana passado, estão previstas iniciativas como a atuação de DJs nos centros de vacinação para entreter os jovens, o vice-almirante admitiu que a task force gosta de pensar “fora da caixa” e está disponível para ajudar a concretizar “ideias interessantes”. No entanto, defendeu que “a vacinação não é uma diversão, é uma coisa importante” que deve ser feita pela própria saúde e pela dos que nos rodeiam, apelou.

Quando questionado sobre o impacto da suspensão do centro de vacinação drive-through instalado no Queimódromo do Porto, garantiu que não tem implicações nas metas para a inoculação da população “de certeza absoluta”. “É uma preocupação que não existe”, garantiu, afirmando que aquele espaço “facilita” o processo, mas que a sua inexistência “não causa nenhum impedimento”.

Recusando fazer previsões sobre a comunicação de uma decisão final sobre o Queimódromo, Gouveia e Melo diz que a prioridade das autoridades é “ter a certeza que tudo corre da melhor maneira”. Só quando os resultados dos inquéritos chegarem é que o destino do centro de vacinação será decidido e apenas se responder a três questões: o que falhou, porque é que falhou e o que se pode fazer para que não volte a falhar.

Enquanto isso não acontece, o Queimódromo não participa no esforço para vacinar a população, mas mesmo assim “não falta capacidade para cumprir” os objetivos delineados pela task force.

Já em entrevista à RTP1 também na quinta-feira, Gouveia e Melo deixou um apelo aos portugueses para que se vacinem, visto que a imunidade de grupo só será atingida aos 85% do total da população vacinada e não aos 70%, como se previu inicialmente. Como causa, aponta o crescimento da variante Delta.

“Em meados de setembro serão levantados os centros de vacinação e as vacinas passarão a ser administradas em centros de saúde. Assim, apelo aos portugueses para que se vacinem o mais rápido possível, porque o ritmo e a capacidade de vacinação são muito maiores neste momento”, concluiu.