A imprensa grega continua a dar conta de vários pormenores sobre o que se passou na madrugada de sexta-feira para sábado em casa de Rúben Semedo, em Glyfada, num caso que terminou com a detenção na manhã desta segunda-feira do internacional português depois de uma acusação de violação feita por uma jovem de 17 anos este domingo. Agora cruzam-se duas versões do sucedido, com o depoimento da menor feito junto das autoridades a explicar o que aconteceu e a recusa por parte do advogado de todas as acusações.

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“Tinha consumido muito álcool e fui deitar-me num dos quartos da casa [de Rúben Semedo]. Acabei por adormecer. Um pouco depois, o outro homem [o suspeito nigeriano de 40 anos, descrito por alguns jornais como agente artístico] entrou e, aproveitando-se do meu péssimo estado, obrigou-me a ter relações sexuais. Mais tarde, depois de ele sair, [Rúben] Semedo entrou no mesmo quarto e, depois de trancar a porta, obrigou-me também a ter relações sexuais”, terá dito a vítima no depoimento feito este domingo.

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O dikastikoreportaz.gr acrescenta ainda outros dados além do testemunho de quatro horas feito na Sala de Exame de Justiça Juvenil da Sub-direção de Proteção de Menores com uma psicóloga, dizendo que a amiga que esteve com o grupo num primeiro café em Glyfada e no bar de praia em Oropos, de 16 anos, também confirmou o relato e que a mãe da jovem que acusa o central do Olympiacos levou às autoridades não só as roupas que a filha tinha consigo nessa madrugada para exames de ADN mas também o telemóvel.

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“O meu cliente nega a acusação, lamentando o facto de ter sido exposto e de ter dado uma declaração à força. Quando acusamos alguém deveria ser algo com suporte em algum comportamento. Há evidências sólidas que impedem a acusação”, defendeu o advogado de Rúben Semedo, em declarações à saída do Ministério Público de Evelpidon. “Ela própria disse que tinha 19 anos. Quando a virem [a alegada vítima] vocês vão dizer-me se ela parece que tem 17 ou 23-24 anos. Eles estiveram juntos durante 15 horas, é inconcebível que seja acusado de repente de violação. Mas neste momento, o problema não é a idade, o problema é saber se houve algum contacto voluntário”, acrescentou ainda o grego Stavros Georgopoulos em Atenas.

“Amanhã [Terça-feira] vamos dar início ao interrogatório e gostaria de proteger o meu cliente, bem como recordar que tem direito à presunção de inocência. Uma rapariga sozinha procurou-o na sexta-feira à noite, perguntou se poderia ir ter com ele na companhia de uma amiga e depois aconteceu o que aconteceu. Se eu fosse à casa de alguém e se me violassem, sairia imediatamente de lá. Neste caso, ela continuou lá na casa, mandaram vir comida, fumaram shisha e se não tivesse existido esta queixa provavelmente ainda continuariam lá. Não pode ter existido violação, caso contrário ela não teria mandado mensagem [a Rúben Semedo] para se voltarem a encontrar na noite seguinte. Continuaram a comer e beber todos e não ingeriram álcool ou drogas, estiveram sim a ver televisão e a ouvir música”, pormenorizou depois à ANT1.

De acrescentar que o outro suspeito, um indivíduo com cerca de 40 anos de nacionalidade nigeriana que é descrito como agente artístico, já foi também detido após apresentar-se de forma voluntária e levado a interrogatório, onde terá confirmado que manteve relações sexuais com a jovem de forma consentida. De acordo com as últimas informações, Rúben Semedo será ouvido esta terça-feira, sendo que no momento da sua detenção, à porta de casa, as autoridades terão levado provas como os lençóis da cama e telefones.