Comprometida com a plena transição para a mobilidade 100% eléctrica até 2030, a Volvo tem, de momento, na sua gama de híbridos plug-in (PHEV) a mais representativa nas vendas em diferentes mercados, inclusivamente em Portugal. Por cá, só no mês passado, os Recharge do construtor sueco, denominação que inclui os PHEV e o XC40 100% eléctrico, atingiu 57% do total de matrículas, muito por conta do contributo das versões PHEV dos XC40, V60 e XC60, os três modelos mais procurados pelos portugueses.

O construtor sueco, que foi o primeiro a oferecer uma alternativa PHEV em todos os modelos do seu portefólio, não se destaca pela autonomia em modo eléctrico dessas versões, nem pelos baixos consumos das motorizações a combustão dos seus PHEV. Ora, a primeira dessas lacunas, com vista à redução dos consumos e, por tabela, das emissões, é agora colmatada com a introdução de um novo grupo motopropulsor para os PHEV das séries 60 e 90 que, dependendo do modelo, pode ampliar a autonomia em modo eléctrico até aos 90 km, de acordo com o protocolo europeu de homologação WLTP.

“Estamos em 2021 e as pessoas já não deveriam depender da gasolina ou do gasóleo para se deslocarem”, afirma o director de Tecnologia da Volvo Cars, Henrik Green. Segundo ele, os PHEV “mais recentes” do fabricante escandinavo “oferecem a autonomia eléctrica necessária para o quotidiano da maioria das pessoas.”

A afirmação de Green tem como suporte estudos da consultora Sigma, especificamente direccionados para os hábitos de clientes com veículos “premium”, segundo os quais, em média, os condutores não percorrem mais de 50 km por dia em países como na China, Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido. Deste modo, “a maioria dos clientes Volvo com capacidade de carregamento doméstico poderá passar a fazer as suas deslocações diárias em modo exclusivamente eléctrico”, sublinha a marca.

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Esta opção tornar-se-á ainda mais convidativa, do ponto de vista ambiental e de custos de utilização, com a possibilidade de usufruir de uma autonomia eléctrica de até 90 km, desde que a bateria seja recarregada com regularidade. Para esse efeito, o fabricante escandinavo aumentou a capacidade do acumulador dos anteriores 11,6 kWh para 18,8 kWh, com uma terceira camada de células. E, simultaneamente, dota os Volvo S60, V60, XC60, S90, V90 e XC90 Recharge com um motor eléctrico traseiro com 145 cv, que aumenta em 65% a potência passada às rodas de trás, o que se traduzirá por uma performance melhorada em praticamente todas as situações, especialmente em condições de  baixa aderência ou de falta de tracção a baixas velocidades, onde o sistema de tracção integral funcionará mais eficazmente.

Juntamente com o motor a gasolina, a potência total combinada é de 350 cv nos Recharge T6 e de 455 cv nos Recharge T8, o que faz desta motorização a mais potente proposta pela Volvo. A marca indica ainda que motor a gasolina T8 sobrealimentado foi revisto para baixar consumos e melhorar o desempenho, estimando que as novas motorizações “terão um potencial para reduzir o nível de emissões de CO2 até 50% (ciclo WLTP)”.

O One Pedal, até aqui circunscrito aos eléctricos da casa, passa a estar igualmente disponível nos Volvo XC60, S90 e V90. As reservas já podem ser efectuadas, estando a chegada das primeiras unidades a Portugal prevista para o primeiro trimestre de 2022.