Quinze soldados foram mortos em dois ataques em cinco dias na semana passada em duas das regiões anglófonas dos Camarões, onde decorre um conflito entre separatistas e forças governamentais, anunciou esta segunda-feira o Ministério da Defesa.

Em 16 de setembro, “uma coluna do 6.º Batalhão de Intervenção Rápida” (BIR) foi “alvo de uma emboscada de terroristas com armas pesadas” em Bamessing, na região do noroeste, especificou o Ministério, no seu comunicado, acrescentando: “Os insurretos imobilizaram os veículos com a ajuda de um engenho explosivo artesanal e um foguete anticarro (…) antes de abrirem fogo cerrado” sobre os militares.

Em 12 de setembro, “um outro ataque com um engenho explosivo artesanal” tinha visado uma coluna militar na comuna de Kumbo, na mesma região, ainda segundo o Ministério, que avançou “um balanço acumulado de uma quinzena de soldados e vários civis mortos”.

Nas duas regiões, Sudoeste e Noroeste, onde vive o essencial da minoria anglófona do país maioritariamente francófono, dirigido pelo inamovível Paul Biya, com 88 anos, dos quais cerca de 39 no poder, os grupos armados separatistas e as forças de segurança destacadas por Yaoundé confrontam-se em um conflito mortífero, que dura há quatro anos.

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Os dois campos são acuados regularmente pela Organização das Nações Unidas e organizações não-governamentais de abusos e crimes contra civis.

O conflito já causou mais de 3.500 mortos e forçou mais de 700 mil pessoas a fugir do seu domicílio desde 2017, segundo as mesmas fontes.

A insurreição começou em 2017, depois de várias manifestações da minoria anglófona, que se considera ostracizada.