O coordenador da Fectrans disse esta quarta-feira que o ministro das Infraestruturas está a trabalhar para que no próximo Orçamento do Estado haja margem de resposta a algumas reivindicações que estão na origem da greve de sexta-feira, mas sem garantias.

Em declarações à Lusa no final de uma reunião convocada pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação, o coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, precisou que o ministro Pedro Nuno Santos lhes transmitiu estar a trabalhar “no âmbito do Governo” para que no Orçamento do Estado para 2022 “possa haver margem para se poder responder às reivindicações”, mas sem dar garantias de que tal venha a verificar-se.

“[O ministro] diz está a trabalhar para que possa haver sustentação no próximo Orçamento do Estado que responda a isto. O que é que isso quer dizer? Não sabemos”, referiu o dirigente sindical, precisando que no momento em que o Governo abrir a mesa negocial para discutir as questões que levaram à greve, “logo se verá a flexibilidade negocial que há”.

“Neste momento não há nenhuma abertura para negociar o que está em cima da mesa. Há, pelo menos a manifestação do empenho do ministro para que eventualmente possa vir no próximo Orçamento do Estado, mas sem qualquer concretização do que é que aparecerá e, neste momento, sem qualquer garantia de que aparecerá”, precisou o coordenador da Fectrans.

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A Fectrans e outras organizações sindicais convocaram para sexta-feira uma greve de trabalhadores da CP e da IP, tendo como principal reivindicação aumentos salariais. A admissão de trabalhadores, a tomada de medidas para a “harmonização das regras de trabalho na CP e na IP” e “uma calendarização para a negociação da revisão da contratação coletiva” são outros dos pontos a que exigem resposta.

Afirmando que não saiu desiludido desta reunião, porque tal apenas aconteceria se tivesse alguma ilusão quando a mesma se iniciou, o dirigente sindical afirmou que a greve de dia 08 se mantém, não avançando se se poderão seguir novas paralisações.

“Estamos num processo negocial que se arrasta e que até ao momento não houve respostas”, referiu para assinalar que a greve de sexta-feira será uma forma de os trabalhadores da CP e da IP demonstrarem o seu descontentamento e mais um elemento de pressão para que haja resposta às reivindicações.