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Depois de "Squid Game" chega Dr. Brain": a Coreia do Sul (mais uma vez) dentro das nossas mentes

Este artigo tem mais de 2 anos

Chega à Apple TV+ esta quarta-feira à noite, quando "Squid Game" continua a bater recordes. Mais do que bom timing, é uma minissérie que merecia passar num ecrã de cinema. E isto só pode ser bom.

"Dr. Brain" conta a história de Se-won, um neurocirurgião que quer usar as suas investigações para descobrir o que aconteceu à sua família
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"Dr. Brain" conta a história de Se-won, um neurocirurgião que quer usar as suas investigações para descobrir o que aconteceu à sua família

"Dr. Brain" conta a história de Se-won, um neurocirurgião que quer usar as suas investigações para descobrir o que aconteceu à sua família

Quando “Squid Game” explodiu como o grande fenómeno inesperadamente mainstream de 2021, os fãs pioneiros da ficção sul coreana soltaram um daqueles risinhos pedantes que se pontuam com um ligeiro fungar. É que já há pelo menos década meia que, tal como aquele amigo mais hipster com um saco de pano ao ombro vos deve ter explicado à força, a Coreia do Sul dá cartas no cinema de terror, de suspense, de tensão ao milímetro, de crítica social enrolada numa fatia de narrativa empolgante para ser mais fácil de engolir. O Óscar de “Parasitas” e a mais recente série da Netflix com calamares no nome só o vieram comprovar, com a benesse acrescida de que convenceram os Estados Unidos a aceitarem essa hercúlea tarefa que é ler legendas.

É nesse contexto que surge “Dr. Brain”, a série da plataforma de streaming Apple TV+ (a mesma de “Ted Lasso” ou “Morning Show”) que agora se estreia em território sul coreano e aproveitou assim para debutar o seu primeiro conteúdo original dessa proveniência. O timing acabou por ser na mouche, já que apanha um público com apetência para esse conteúdo com não existia antes das mortes em barda no Macaquinho do Chinês de “Squid Game”.

[o trailer de Dr. Brain:]

“Dr. Brain” (disponível em Portugal a partir das 22h desta quarta-feira) é, originalmente, um webtoon, um tipo de tira de banda desenhada feita propositadamente para o meio digital, muito popular no mercado asiático. Conta a história de Se-won (aqui desempenhado por Lee Sun-kyun, o marido abastado de “Parasitas”), um brilhante neurocirurgião com uma infância traumática que perde a mulher e o filho pequeno em circunstâncias trágicas e misteriosas. Se-won está em testes com cobaias de uma nova descoberta científica que permitirá sincronizar cérebros, acedendo assim a memórias e capacidades particulares de outra pessoa. Apesar das questões éticas e morais levantadas pelas suas experiências, contestadas pelos seus pares, o neurocirurgião acaba a fazer ensaios clínicos nele próprio e a usar essa tecnologia para descobrir o que aconteceu à sua família ao longo de seis episódios de uma hora cada.

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O ponto de partida de “Dr. Brain”, tendo interesse no contexto da ficção científica, poderia ser a chamada pepineira se caído nas mãos erradas. OK, vou ser mais direta: se esta série fosse norte-americana, seria provavelmente mais testosterona e menos elegância, mais frango frito e menos sushi kimbap. O sucesso do storytelling sul coreano resulta do facto de serem, efetivamente, bons contadores de histórias, mais delicados e mais cerebrais (piada com o título da série não incluída) que os seus pares no EUA. “Dr. Brain” é rebuscado na sua premissa, mas muito gracioso e eficaz na sua concretização.

“Dr. Brain” é rebuscado na sua premissa, mas muito gracioso e eficaz na sua concretização. As comparações com o supracitado “Squid Game” são inevitáveis. “Dr. Brain” é menos gore, mais thriller

Este exercício de alguma contensão torna os episódios tensos, confusos na medida certa (não se vai perder, mas é má ideia estar no whatsapp ao mesmo tempo que vê a série), sem fazerem a papinha toda ao espectador. Mas não se pense que toda esta ourivesaria descamba em algo enfadonho, que funciona enquanto medidor de pilinhas artístico, mas que se esquece de ser estimulante para quem assiste. Ao longo da hora de cada episódio acontece muita coisa, são cheios como o ovo de uma ave exótica. A realização e a direção de fotografia são soberbas, mas servem uma história cheia de twists em vez de querem resultar só como algo que podia estar em exibição no MoMA.

As comparações com o supracitado “Squid Game” são inevitáveis. “Dr. Brain” é menos gore, mais thriller. A violência que tanta tinta fez correr e que tantos pais fez preocuparem-se com o que a sua prole deixada à sua sorte nos recreios está, aparentemente, mais domada na série da Apple TV+. Mas não é por isso menos assustadora e menos causadora de potenciais pesadelos. São filhos diferentes, claramente vindos da mesma família disfuncional.

Se tivesse de escolher um preferido, não hesitaria em destacar “Dr. Brain” como superior, mesmo que “Squid Game” tenha um conceito mais diferenciador. Mas a série da Apple tem como maior defeito o facto de que merecia era passar numa tela de cinema (nada contra as vossas TVs compradas numa Black Friday), o que já é dizer muito. Vão ser seis horas muito desconfortáveis, mas muito bem passadas.

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