Nem tudo foram histórias bonitas no regresso de Rúben Amorim a Pina Manique. Porque o Casa Pia até marcou primeiro dentro dos dez minutos iniciais, porque o tempo não estava propriamente simpático para quem andava na zona técnica descoberta, porque houve ainda um momento de maior tensão com o banco adversário no seguimento de uma entrada fora de tempo de Godwin sobre Matheus Reis quando os leões já estavam reduzidos a dez por expulsão de Bruno Tabata. No final, ganhou e apurou-se para os quartos da Taça de Portugal, a única prova nacional que nunca venceu. E, palavras do próprio, evitou aquilo que podia ter sido um pesadelo e que passava por uma derrota diante da equipa da Segunda Liga.

Ele é especial. E faz dos seus especiais (a crónica do Casa Pia-Sporting)

Ao todo, o Sporting continua a manter um registo quase limpo no plano nacional, somando 19 vitórias e dois empates em 21 encontros realizados entre Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e Supertaça. Olhando para a série desde a igualdade com o FC Porto, são já 15 triunfos consecutivos que valem não só a liderança da Primeira Liga a par dos dragões como a presença nos quartos da Taça de Portugal, a entrada na Final Four da Taça da Liga e o título de vencedor da Supertaça. Mais do que isso, e juntando também os resultados na fase de grupos da Liga dos Campeões, os leões conseguem uma percentagem de vitórias acima dos 80% em 27 encontros como na época passada, algo que só acontecera antes uma vez e no final dos anos 50 quando Fernando Vaz era o treinador do conjunto verde e branco.

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Ao todo, Rúben Amorim cumpriu o 80.º jogo no comando dos leões desde março de 2020, com um total de 60 vitórias que o colocam como terceiro técnico com maior percentagem de sucesso do clube apenas atrás de Robert Kelly (82% em 35 jogos) e do mítico Joseph Szabo (76% em 270 jogos), de acordo com os dados do Playmakerstats. Tudo no regresso à casa de partida, algo que não esqueceu no final.

“Foram sensações especiais quando chegámos mas cada um defende a sua equipa. Nota-se aqui nas instalações que o clube tem vindo a crescer, o relvado está melhor, está tudo mais profissional e fico mesmo muito feliz por toda a gente aqui no Casa Pia. Desejo tudo de melhor para eles e é sempre importante revermos o sítio onde começámos para saber que isto pode mudar de um dia para o outro. Mas foi bom por vencer o jogo, se não fosse assim não tinha qualquer graça voltar a Pina Manique”, comentou o técnico na zona de entrevistas rápidas da SportTV a propósito do reencontro com a equipa onde começou.

“Talvez no primeiro e único remate o Casa Pia fez golo, sabíamos que o Jota era perigoso. Depois criámos oportunidades mas não definíamos muito bem, não tivemos tanto 1×1 na ala como queríamos. Na segunda parte acelerámos, depois houve a expulsão, segurámos a vantagem e fizemo-lo bem. Na nossa equipa tudo é difícil…”, tinha referido antes na flash interview da CNN Portugal/TVI sobre o encontro.

“Entrada do Paulinho ao intervalo? Na primeira parte tivemos algumas saídas pela direita, queríamos ter um avançado junto à baliza para ser um finalizador e mais forte no jogo aéreo, mantivemos o [Bruno] Tabata que estava bem no jogo. Foi uma vitória bem merecida. Exibição de Daniel Bragança? O Dani não tem mais tempo por culpa do treinador e do Matheus Nunes, estão os dois muito bem… Gostei de todos, obviamente que temos de lançar o Nazinho um dia, o [Gonçalo] Esteves noutro, tentámos fazer essa gestão. Acabamos por vencer bem em Pina Manique”, acrescentou Rúben Amorim.