O líder do CDS-PP sentou-se à mesa para “a ceia de Natal da Direita” e deixou de fora os membros daquilo a que chamou uma “grande família” do centro-direita” em Portugal. Houve lugar para críticas à Iniciativa Liberal, ao Chega e ao PSD. Ou melhor, Francisco Rodrigues dos Santos apresenta-os, sem nunca dizer os nomes dos partidos, como a “prima moderninha”, o “primo sem maneiras” e o “irmão desaparecido em combate”.
No vídeo colocado no Instagram, os liberais são os primeiros alvos. “Aqui senta-se aquela prima modernaça, ateia, que é uma profissional liberal de sucesso”, começou o líder do CDS-PP, que continuou a falar do “problema” dessa mesma familiar: “vive em Campo de Ourique, trabalha nas Amoreiras” e “só frequenta os salões da moda”.
“Autointitula-se uma liberal, as suas ideias são iguais às do Bloco de Esquerda, tirando a economia. O pior desta prima é que, por ter sucesso, acha que o Estado não deve gastar recursos com aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades para subir na vida”, explicou o líder democrata-cristão.
Francisco Rodrigues dos Santos acusa-a de conhecer “muito bem o Príncipe Real, mas muito mal o país real”, de conhecer “Londres e Paris, mas não o resto do país”. Aquela prima que representa a IL é, disse, “muito distante dos valores sociais e cristãos” do CDS.
Ao lado, senta-se o “primo sem maneiras”, o Chega de quem Rodrigues dos Santos fala como sendo o “primo mais novo, com umas ideias um bocado tontinhas”.
“Exalta-se nas discussões mesmo sem motivo aparente e bate com a mão no peito quando fala da Igreja, mas critica o Papa Francisco, diz-se o maior defensor da tauromaquia mas não vai a uma tourada, diz-se antissistema mas vem do sistema, diz ser pela vida mas tem uma posição dúbia sobre o aborto. Diz-se seguidor dos valores cristãos, mas quer castrar pessoas e a pena de morte”, argumentou, atirando até: “Desconfio que não morre de amores pela democracia.”
Francisco Rodrigues dos Santos considera que este é “o primo que todos queremos ver pelas costas porque não tem modos à mesa”.
Por fim, o “irmão desaparecido em combate”, aquele que se costumava sentar “à esquerda” do CDS. Esse irmão, o PSD, está, na visão de Rodrigues dos Santos, “mais liberal nos costumes e cada vez mais socialista na economia”.
“Sempre nos demos muito bem, mas este ano, de repente, decidiu ir passar o Natal com a sua família de esquerda, desconfiamos que esta escolha nos vai trazer mais alguns presentes no sapatinho”, afirmou, em referência à opção do PSD de não ir coligado com o CDS nas eleições antecipadas e da possibilidade de um bloco central pós-eleições.
Na conclusão de Francisco Rodrigues dos Santos, o CDS-PP é o “partido insubstituível” do espaço do centro-direita.