Nota prévia: esta análise diz respeito à campanha paga de “Halo: Infinite” e não ao modo multijogador online de acesso gratuito com o mesmo nome.
“Finish the fight” (“termina a batalha”, em português). Esta era uma das principais frases com a qual a Microsoft publicitava Halo 3, que foi lançado em 2007. Passados mais 14 anos, Master Chief, o protagonista desta saga que começou com Halo: Combat Envolved, em 2001, continua a ter de terminar a batalha. Com quem? Os mesmos inimigos de sempre: extraterrestres de várias raças que continuam a ameaçar a humanidade e a quem gostamos de atirar granadas e disparar armas várias, plasma e lasers nesta campanha lançada no início do mês.
Halo Infinite
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Plataformas: PC, Xbox One e Xbox Series S e X
A favor:
- Jogabilidade
- Gráficos
- Novas mecânicas para controlar Master Chief
- Mundo aberto
Contra:
- Algumas missões podem ser repetitivas
- Mundo aberto é pequeno
- Alguns modos, como a repetição de missões, ainda não estão disponíveis
Para quem é este jogo?
Para os fãs de Halo; para quem quer uma experiência de excelência num jogo de tiros; para quem gosta de ficção científica.
Para quem não é este jogo?
Para quem não gosta de jogos de tiros; para quem tem de saber todos os pormenores de uma história que está a jogar; para quem não gosta de extraterrestres, nem se for para lhes dar tiros.
Passados todos estes anos, o grande problema de Master Chief, o Spartan-II também conhecido como John-117, continua a ser o grupo “Covenant” de extraterrestres. Neste novo título, trata-se de uma fação, os “Banished”, liderada por aliens “Brute”, que querem voltar a reativar um Halo — as estruturas dos extintos Forerunners que podem aniquilar com toda a vida do universo. Pelo meio, querem também pôr em jogo a frágil paz na galáxia e voltar a trazer os perigosos Precursors que criaram uma das maiores ameaças de sempre: a praga Flood. Confuso? É normal.
Halo continua a alimentar uma história de ficção científica com um enredo que tem milhões de anos de peripécias e que, além de ter mudado a indústria dos videojogos, também criou dezenas livros e outros conteúdos de entretenimento. No entanto, não se assuste. Mesmo com um enredo que pode ser mais complexo, este jogo consegue ser uma simples aventura de tiros e exploração bem divertida.
Com Infinite, a magia de Halo continua a ser a simplicidade de um ótimo jogo de tiros num universo de ficção científica com gráficos estupendos — olhar para o horizonte e ver a estrutura de Halo, uma espécie de planeta anel, continua a ser incrível. É nisso que a 343 Industries acerta onde falhou com Halo 5: Guardians, lançado em 2015 e que foi muito criticado pelos fãs devido à campanha pouco interessante e falta de capacidade em utilizar o melhor da série.
A 343 Industries foi mais longe e, além de Master Chief voltar a ser a personagem central da trama, há pequenas inovações que cativarão quem quer mais desta personagem. O super-soldado tem um gancho (o “grappleshot”) como o da saga de jogos Just Cause, que permite percorrer distâncias e atacar inimigos de formas bem criativas. E, além disso, o jogo tem um modo de “mundo aberto” como a saga Grand Theft Auto (GTA) ou role-playing games (RPG).
Apesar de se poder elogiar todas as inovações que a editora trouxe nesta campanha de Halo: Infinite, também é neste ponto que se pode criticar a 343 Industries por não ter ido mais longe. Passadas algumas missões do jogo, e vendo o que outros títulos já fizeram, este videojogo pode soar a repetição: ir ao ponto A, matar aliens, ir para a próxima missão no ponto B, repetir.
A certo momento da aventura começa a ter-se a sensação de que a 343 Industries podia ter sido ainda mais ousada e utilizado este mundo aberto para mais. Não o fez. Em algumas missões — que não se pode repetir — é pedido que se encontre baterias para levar para ativar portas o que, por norma, é apenas algo que aumenta o tempo de missão e não é tão divertido.
Veredito final: esta é uma história para os fãs de Halo e para quem quer conhecer Master Chief
Depois de, com Halo 5: Guardians, em 2015, ter desiludido os fãs, desta vez a 343 Industries, a editora por detrás de Halo Infinite redimiu-se e trouxe uma campanha que vai trazer novos adeptos à série, cativar os nostálgicos que, na década de 2000, vestiram o fato de super-soldado e que viciará os mais acérrimos fãs destes jogos. Pode ter momentos repetitivos e começamos a perguntar quando é que a batalha realmente termina, mas não é por isso que deixa de ser uma das melhores aventuras para jogar com Master Chief desde há muitos anos.
*A Microsoft disponibilizou ao Observador o acesso de “Halo: Infinite” através da loja digital Steam para PC, plataforma a partir da qual foi feita esta análise