As alterações climáticas podem ter “efeitos dramáticos” em vários países do Mediterrâneo, incluindo Portugal. O alerta foi dado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas que prevê o aumento do nível do mar, mais secas e cheias, o surgimento de doenças e o desaparecimento de espécies florestais e agrícolas. É por causa destas preocupações crescentes que existe um compromisso, cada vez maior, de empresas, organizações e consumidores no sentido de atingir a neutralidade carbónica em 2050.

Em entrevista ao podcast sobre iniciativas sustentáveis do Santander “Mudar o Mundo”, João Letras da Luz, do Gabinete da presidência do banco, explica esta tendência com a sua experiência pessoal em projetos familiares de agricultura e pecuária: “Na viticultura [temos] medidas como a não mobilização de solos da vinha. As típicas explorações de vinhas têm as chamadas entrelinhas, ou seja, as vinhas têm os solos mobilizados. A não mobilização de solos consiste em deixar um coberto vegetal no meio das entrelinhas”. Esta medida “aumenta o sequestro de carbono da atmosfera” e tem “vantagens como a retenção de humidade dos solos, a não erosão de terra dos solos”, entre outras.

Segundo João Letras da Luz, a diminuição de carbono acontece por várias vias: “Ao conseguir controlar a rega que é aplicada na vinha, consegue-se controlar muito melhor o grau com que a uva acaba por ser colhida. Consegue-se provocar o chamado ‘stress hídrico controlado’ à planta e controlar a qualidade e a quantidade da uva que é vindimada”.

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O Santander juntou-se a Governos e instituições no sentido de atingir a neutralidade carbónica em 2050, mas pretende acelerar rumo a este objetivo através de várias medidas que já tem em prática. De acordo com João Letras da Luz, dentro do banco existe o compromisso “até 2030 de reduzir a exposição a empresas produtoras de energia que tenham pelo menos 10% dos ganhos provenientes de energias ligadas a carvão”. Além disso, o Santander tem constatado que “há uma iniciativa muito forte de investimento em energias renováveis”. Por isso, tem vindo “a incrementar a atividade neste campo” e “financia montantes muito grandes neste setor”.

A tendência de “querer ter um impacto positivo no ambiente” também “começa a chegar de forma muito forte” aos clientes do banco que – refere João Letras da Luz – querem “estar presentes num mundo onde o seu financiamento é um financiamento verde”. Quando se trata de “clientes maiores, que já se financiam por emissões de obrigações” a pressão é também sentida “do lado da procura”: “Ou seja, os investidores que compram essa dívida começam a favorecer a dívida verde e a penalizar a chamada dívida brown”, explica o gestor.

O Santander está alinhado neste compromisso desde o topo até à base. Numa mensagem transmitida no podcast “Mudar o Mundo”, a presidente do Santander, Ana Botin, sublinha que “as alterações climáticas são uma emergência global”. Por isso, o Santander “sendo um Banco com 148 milhões de clientes em todo o mundo”, tem “a responsabilidade e a oportunidade de apoiar a transição verde e encorajar mais pessoas e empresas a ser ecológicas”.

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