Berlim decidiu, em 2019, estudar a criação do maior centro urbano livre de trânsito, excepção feita para os transportes públicos e… bicicletas. Nem os veículos eléctricos poderiam entrar na capital alemã. Em Abril de 2021, o tema regressou à ordem do dia e, com a ajuda de uma petição assinada por mais de 50 mil habitantes, determinou-se que a decisão definitiva seria tomada em Fevereiro.

Em cima da mesa está transformar radicalmente não apenas um pequeno conjunto de ruas e praças, mas sim a maior parte de Berlim. Em concreto, toda a zona delimitada pela linha de comboio conhecida como Ringbahn, correspondente a uma área de 88 km2. Se tivermos em conta que a ilha de Manhattan, Nova Iorque, tem apenas 59 km2 e Lisboa não ultrapassa 100 km2, é fácil perceber a imensa área que os berlinenses querem libertar de carros.

A zona em que Berlim quer banir o trânsito de veículos particulares ocupa uma área de 88 km2, mais do que Manhattan e quase tanto como Lisboa

Os responsáveis pelo planeamento prometem não banir por completo os carros particulares na cidade. Para isso, aos residentes é concedida a possibilidade de utilizar um veículo, através de um sistema de car-sharing, até um total de 12 vezes por ano, o que deverá obrigar a alguma “ginástica” para transportar compras volumosas ou fazer mudanças.

Na base de uma eventual decisão proibitiva estão os resultados de um estudo realizado pelo município em 2014, que concluiu que os veículos ocupam 58% do espaço previsto para o trânsito na cidade, apesar de apenas um terço das deslocações em Berlim recorrer a automóveis particulares.

Os responsáveis locais afirmam que o seu apoio às bicicletas é devido ao facto de este tipo de meio de transporte ocupar somente 3% do espaço, embora assegure 15% das viagens através de Berlim. Resta saber como funcionará o trânsito na cidade depois das modificações, caso sejam aprovadas em Fevereiro.

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