A maioria dos europeus acha que a Rússia vai invadir a Ucrânia em 2022, e acredita que tanto a NATO como a União Europeia (UE) devem apoiar Kiev. É o que revela um estudo, em que os autores sugerem que a crise pode mudar drasticamente a forma como os europeus olham para as questões de segurança.

“Os dados sugerem uma espécie de acordar geopolítico na Europa”, diz ao Guardian Mark Leonard, diretor do Conselho Europeu para Relações Externas, entidade responsável pelo inquérito, feito em sete países — representa dois terços da população da União Europeia.

“Os estados da UE são descritos como divididos, fracos e ausentes na Ucrânia, mas os cidadãos europeus estão unidos: concordam que Vladimir Putin vai avançar com ação militar, e que a Europa, juntamente com os parceiros da NATO, deve ir em auxílio da Ucrânia”, sublinha.

Os autores do estudo dizem que o inquérito mostra que “já não há muito de verdadeiro no cliché de que os europeus acreditam que a guerra é impensável e que assumem a paz como um dado adquirido”.

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O estudo, realizado no final de janeiro, mostra que maiorias em seis dos sete países inquiridos acreditam que a Rússia vai invadir a Ucrânia em 2022, com aqueles mais próximos da fronteira leste da Europa a revelarem maior convicção nesta ideia.

A Finlândia (44%) está um pouco mais distante, mas em todos os outros países essa é a convicção da maioria: em França e Itália 51% acreditam na invasão, na Alemanha são 52%, na Suécia 55%, na Roménia 64% e na Polónia a percentagem chega aos 73%.

Maiorias nos sete países encaram a NATO e os seus estados membros como os principais defensores da soberania ucraniana, mas também consideram que a UE tem uma grande responsabilidade em defender a Ucrânia em caso de agressão pela Rússia.