De intenção, os críticos da direção de Inês Sousa Real já avançaram mesmo para a ação. A recolha das 20% de assinaturas necessárias para forçar um congresso extraordinário já está a circular pelos militantes do PAN e define cinco meses como data limite para congresso eletivo. No manifesto, os críticos respondem à solução de “auscultação de bases” encontrada pela atual direção, frisando que “não querem ser só ouvidos” e que “querem ter o poder de fazer valer a sua vontade”.

Estruturas do PAN mobilizam-se para precipitar eleições

O Observador sabe que esta semana começam as reuniões entre a comissão política permanente (a direção do partido) e alguns militantes, mas para os críticos do rumo que o partido está a levar a solução é manifestamente insuficiente, rejeitando a “concentração no topo”.

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“Pretendemos um congresso no qual todos os filiados tenham poder de voto, porque apenas nessas condições é conferido ao filiado o poder de fazer valer a sua vontade. Só o Congresso, aberto e livre à participação de todos, constitui uma via democrática para centrar o partido nas bases e não no topo”, lê-se no manifesto.

Para os críticos “somente o Congresso eletivo tem a capacidade de tudo avaliar, tudo questionar e de mudar aquilo que os filiados entendam que deva ser mudado”. “Uma democracia sem a possibilidade de participação não é uma verdadeira democracia!”, apontam, lamentando também que não tenha sido ainda revista a questão do chumbo dos estatutos do partido pelo Tribunal Constitucional.

Com o chumbo das alterações aos estatutos as figuras dos órgãos autónomos do PAN nos Açores e Madeira e da juventude partidária do Pessoas-Animais-Natureza caiu também por terra.

“Entendemos que o Congresso deve ser uma oportunidade para o PAN ir mais além na construção da sua democracia interna. O Congresso pode e deve discutir a viabilidade de a Comissão Política Nacional (o órgão máximo entre congressos) poder ser eleita de forma universal e direta por todos os filiados e de o próprio Congresso ser constituído por todos os filiados que se inscrevam para participação, tornando-o assim absolutamente representativo das bases”, lê-se ainda no manifesto que quer “a convocação do congresso extraordinário eletivo do PAN no prazo máximo de cinco meses”.