O Hospital de Braga vai adotar um novo modelo eletrónico de registo médico com o objetivo de se juntar a uma elite de hospitais europeus, com uma certificação de excelência da Sociedade de Sistemas de Gestão e Informação de Serviços da Saúde (HIMSS, da sigla em inglês). O modelo permite “melhorar os resultados em saúde, melhorar a satisfação dos utentes e dos profissionais, bem como garantir a eficiência operacional dos serviços”, explica fonte oficial.

Entrar na lista da HIMSS significa pertencer à elite dos hospitais mundiais no que toca à modernidade digital na área da saúde: a ideia de informatizar os registos médicos e avaliar a performance do hospital nas suas várias áreas tem por missão reduzir erros clínicos e taxas de readmissão, rentabilizar custos e acelerar a burocracia por detrás dos atos médicos.

O Modelo de Adoção de Registro Médico Eletrónico (EMRAM) permite avaliar os resultados clínicos e o desempenho hospitalar nos resultados obtidos com cada doente. O algoritmo mede a capacidade de resposta em várias áreas, incluindo internamento e acompanhamento em ambulatório, e pontua os hospitais de acordo com a sua “maturidade digital”, como explica a sociedade.

Neste momento, em Portugal, só o Hospital de Cascais tem o certificado com pontuação máxima da HIMSS — o Hospital Lusíadas do Porto e do Lisboa estão no patamar seis de sete possíveis. Há apenas dez em toda a Europa.

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Manuel Monteiro, diretor de sistemas de informação, diz que o Hospital de Braga quer ser “cada vez mais ágil, seguro e desmaterializado”, capaz de “tirar o melhor partido das tecnologias de informação em prol da segurança e satisfação dos pacientes, bem como do melhoramento dos processos de decisão, sustentados em dados de qualidade”.

O modelo é composto por oito níveis, do zero ao número sete. O primeiro passo, explica fonte oficial, é realizar um diagnóstico para estabelecer em que nível está já o Hospital de Braga. Depois, a sociedade sugere um plano de ação para se alcançar o nível máximo da certificação. É “um desafio exigente” e “uma responsabilidade”, admite Manuel Monteiro, mas “oferece-nos um rumo que queremos, obviamente, seguir e superar”.

Hospital de Braga foi o que mais cresceu em cirurgias desde 2019

O Hospital de Braga foi o que mais cresceu em cirurgias realizadas entre novembro de 2019 (o último ano antes da pandemia de Covid-19) e o mesmo mês do ano passado em Portugal: foram mais 34,8% de intervenções cirúrgicas, subindo de um total de 31.418 para 42.873. Mesmo em números absolutos, o hospital bracarense só fica atrás de outro a nível nacional — o Centro Hospitalar São João, no Porto.

Uma análise mais fina aos números revela que o sucesso do Hospital de Braga repete-se nas cirurgias realizadas em ambulatório: após dois anos de pandemia, o hospital conseguiu aumentou de 19.270 para  28.987 as cirurgias realizadas em ambulatório. É o maior aumento entre os hospitais do grupo D e o segundo maior a nível nacional, ultrapassado apenas pelo São João.