O número de refugiados da Ucrânia chegou ao milhão desde o início da invasão russa, de acordo com o último balanço realizado pelo Alto Comissário para os Refugiados das Nações Unidas, Filippo Grandi.
In just seven days we have witnessed the exodus of one million refugees from Ukraine to neighbouring countries.
For many millions more, inside Ukraine, it’s time for guns to fall silent, so that life-saving humanitarian assistance can be provided.
— Filippo Grandi (@FilippoGrandi) March 2, 2022
Na tarde de quarta-feira, o número de refugiados da Ucrânia para países vizinhos havia atingido as 875.000 pessoas.
As the number of refugees from Ukraine who have fled to neighbouring countries reaches 875,000, I head to Romania on a visit that will take me also to Moldova and Poland in the next few days — to assess the situation of refugees and assure host governments of UNHCR’s support.
— Filippo Grandi (@FilippoGrandi) March 2, 2022
Os novos dados representavam um aumento de quase 160.000 pessoas em relação ao número apresentado na terça-feira pelo Alto Comissário para os Refugiados, Filippo Grandi.
Na altura, Filippo Grandi dava conta da existência de 677.000 refugiados ucranianos, o que o levou a fazer um apelo de emergência para financiamento de ajuda humanitária ao país e aos que fugiram.
Dos 835.928 refugiados contabilizados pelo ACNUR até à manhã de quarta-feira, mais de metade (453.982 pessoas) foi acolhida pela Polónia.
Desde o início das hostilidades e do fluxo de refugiados que se seguiu, a Polónia tem sido o principal país anfitrião, seguido da Hungria, onde se encontram 116.348 refugiados, ou seja, 14% do total.
A Eslováquia, por sua vez, recebeu 67.000 refugiados (8% do total), enquanto a Rússia, o país invasor, acolheu 5,1% dos refugiados ucranianos, o que representa 42.900 pessoas.
As autoridades e a ONU esperam que o fluxo de pessoas que fogem da guerra na Ucrânia se intensifique ainda mais, já que o exército russo parece agora estar a concentrar os seus esforços nas principais cidades.
Estamos a testemunhar o que pode vir a ser a mais grave crise de refugiados na Europa neste século“, referiu Filippo Grandi, terça-feira em Genebra.
A ONU e as suas organizações parceiras lançaram um apelo de emergência na terça-feira para arrecadar 1,7 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros), dos quais cerca de um milhão de euros se destina a ajudar ucranianos que não fugiram do país e cerca de 495 milhões de euros a apoiar os refugiados.
A Rússia lançou na quinta-feira passada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou a morte de centenas de civis, incluindo crianças, segundo Kiev.
A vaga de refugiados está a dirigir-se sobretudo para os países mais próximos, como a Polónia, a Hungria, a Moldávia e a Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.