A Polónia tem sido um dos países que tem mais apoiado a Ucrânia, acolhendo um grande número de refugiados do país vizinho. O Kremlin deixou, esta segunda-feira, duras críticas ao regime polaco, cuja propaganda tem sido a mais “malvada, vulgar e estridente crítica da Rússia”, sendo comandada por uma “comunidade de imbecis políticos”.

As críticas surgiram nas redes sociais de Dmitri Medvedev, atual dirigente do Conselho de Segurança da Rússia e um dos principais aliados de Vladimir Putin. Mencionado a visita do primeiro-ministro polaco — Mateusz Morawiecki — a Kiev, o dirigente político disse que os líderes da Polónia “mentiram” quando “prometeram ajuda e amizade a Zelensky”.

Para Dmitri Medvedev, esta viagem serviu para “aumentar a russofobia patológica” do país, tendo apenas como objetivo a “desrussificação da economia polaca e europeia”. Recorrendo à história, um dos aliados de Putin sinalizou que estas ações se devem a ressentimentos de séculos. Além disso, o dirigente acusou a Polónia de querer reescrever a História. “Eles querem esquecer que os soldados soviéticos derrotaram o fascismo, tiraram os ocupantes das cidades polacas […] e libertaram os prisioneiros dos campos de exterminação de Oswiecim e Majdanek.”

“Agora, a história está a ser reescrita, monumentos a ser destruídos”, indicou Dmitri Medvedev, que também sublinhou que a “ocupação fascista é diretamente comparada à ‘soviética'”. “É difícil inventar uma retórica mais enganosa e repugnante, mas os polacos tiveram sucesso”, atirou.

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Por sua vez, o também ex-Presidente da Federação russa apontou que, na Rússia, não “existem sentimentos anti-Polónia”. “Segundo sociólogos, os cidadãos do nosso país tratam [os polacos] de forma muito amigável. É impossível esquecer a simpatia e a compaixão na Rússia depois da queda de um avião perto de Smolensk”, salientou, lembrando ainda uma visita a Varsóvia.

No entanto, atualmente, os interesses dos cidadãos polacos “estão a ser sacrificados” pela russofobia de “políticos inaptos” e de “obviamente de senis marionetistas estrangeiros”, acusando as elites da Polónia de serem “vassalas” dos Estados Unidos: “É mais crucial jurar lealdade ao seu suserano do que apoiar os seus próprios cidadãos”, disse Dmitri Medvedev, sendo esse motivo pelo qual os governantes “manterão as chamas do ódio acessas contra a sua inimiga, a Rússia”.

“Mais ou mais tarde, eles vão entender que o ódio à Rússia não os ajuda a unir a sociedade e não promove a paz e o bem-estar”, vincou Dmitri Medvedev, que reforçou que “muito provavelmente eles vão fazer a escolha correta por eles sem a pressão que estão atualmente a sentir pelos líderes dementes do estrangeiro”.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, vai visitar a Polónia, país membro da NATO e da União Europeia, na sexta-feira, para discutir a situação na Ucrânia.