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Ugarte, a calculadora mágica para quando Rúben tem mesmo de fazer contas (a crónica do Sporting-P. Ferreira)

Este artigo tem mais de 2 anos

Sporting não foi brilhante na 1.ª parte, tremeu muito no início da 2.ª e só acalmou com entrada de Ugarte, que ainda fez uma assistência. Leões venceram P. Ferreira e deixam FC Porto sob pressão (2-0)

Nuno Santos marcou o segundo golo dos leões, na segunda parte, com assistência de Ugarte
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Nuno Santos marcou o segundo golo dos leões, na segunda parte, com assistência de Ugarte

LUSA

Nuno Santos marcou o segundo golo dos leões, na segunda parte, com assistência de Ugarte

LUSA

A ideia não é nova, Rúben Amorim não se cansa de a repetir: até ao fim da temporada, o Sporting vai jogar sem a calculadora na mão, sem fazer contas e sem pensar na desvantagem que tem para o FC Porto. E a motivação para isso mesmo, por muito que a abordagem pareça displicente ou até enganadora, é até bastante simples — os leões têm de ganhar todos os jogos se quiserem sequer sonhar com a revalidação do título. Ou seja, não valia a pena pensar nos dragões se os três pontos não caíssem em Alvalade a cada fim de semana.

“Não damos nada como garantido, podemos perder pontos em qualquer momento. Não perdemos assim tantos pontos mas estamos a seis pontos do 1.º. O FC Porto tem perdido menos do que nós ainda e qualquer jogo pode fazer a diferença na luta pelo título. As equipas vêm sem pressão, outras têm a pressão dos pontos… Mas isso não garante nada. Temos de vencer os jogos todos para garantir o título ou o segundo lugar. Só depois de garantir o segundo lugar é que podemos pensar no primeiro. É possível ganhar os jogos todos e é isso que vamos tentar fazer. Depois, o que tiver de acontecer, acontecerá. Deixei de fazer contas há algumas semanas, a última jornada foi a prova disso”, disse Amorim na antevisão da receção deste domingo ao P. Ferreira.

Ficha de jogo

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Sporting-P. Ferreira, 2-0

28.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Vítor Ferreira (AF Braga)

Sporting: Adán, Gonçalo Inácio, Coates, Matheus Reis, Pedro Porro (Ricardo Esgaio, 75′), João Palhinha (Manuel Ugarte, 57′), Matheus Nunes (Daniel Bragança, 84′), Nuno Santos, Pedro Gonçalves (Marcus Edwards, 57′), Paulinho (Slimani, 75′), Sarabia

Suplentes não utilizados: João Virgínia, Feddal, Bruno Tabata, Luís Neto

Treinador: Rúben Amorim

P. Ferreira: André Ferreira, Juan Delgado, Nuno Lima, Marco Baixinho, Antunes, Rui Pires (Edmilson Mendes, 78′), Nuno Santos, Zé Uilton, Gaitán (Matchoi, 40′), Hélder Ferreira (Lucas Silva, 64′), Adrián Butzke (Diaby, 78′)

Suplentes não utilizados: Vekic, Pedro Ganchas, Maracás, Bastos, Fernando

Treinador: César Peixoto

Golos: Sarabia (gp, 20′), Nuno Santos (72′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a André Ferreira (19′), a João Palhinha (45+5′), a Marco Baixinho (53′), a Antunes (56′), a Sarabia (58′), a Nuno Santos (87′)

Depois da paragem para os compromissos das seleções nacionais, o Sporting voltava à Primeira Liga com a certeza de que uma vitória pressionava desde logo o FC Porto, que só entra em campo esta segunda-feira contra o Santa Clara, e deixava o segundo lugar e o apuramento direto para a Liga dos Campeões praticamente garantido, na sequência da derrota do Benfica com o Sp. Braga na Pedreira. Assentes em quatro partidas seguidas sem derrotas, entre três vitórias e um empate sem golos com o Manchester City, os leões enfrentavam um P. Ferreira vindo de quatro vitórias em cinco jogos — e com uma clara melhoria de rendimento desde que César Peixoto assumiu o comando técnico, em dezembro.

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Com Pedro Porro recuperado e de volta às opções, Rúben Amorim fazia três alterações face à equipa que venceu o V. Guimarães na jornada anterior: Porro, João Palhinha e Pedro Gonçalves regressavam ao onze e saíam Ricardo Esgaio, Manuel Ugarte e Slimani, com o Sporting a restaurar o trio ofensivo que também inclui Sarabia e Paulinho. Nuno Santos continuava a ser aposta na ala esquerda e Matheus Reis mantinha-se integrado no trio de centrais em conjunto com Gonçalo Inácio e Coates. Do outro lado, Rui Pires era a única novidade de César Peixoto e aparecia no onze para render o castigado Luiz Carlos.

De forma natural, o Sporting procurou assumir o controlo do jogo logo a partir do apito inicial, colocando as linhas subidas e balançando a equipa para o meio-campo adversário. Não foi preciso esperar muito para perceber se seria essencialmente pelo corredor direito, através das combinações entre Porro e Sarabia, que os leões iriam procurar desequilibrar — contudo, do lado oposto, Nuno Santos era um elemento fulcral na hora de recuperar bolas e provocar superioridade numérica em espaços mais interiores do meio-campo, tornando difícil a progressão do P. Ferreira por essa ala.

O único lance mais perigoso do primeiro quarto de hora foi um cruzamento de Nuno Santos na esquerda que não teve qualquer consequência na grande área e esse dado era precisamente o espelho do jogo a que Alvalade estava a assistir. Com muita luta na zona do meio-campo, Sporting e P. Ferreira partilhavam um duelo essencialmente tático, estratégico e posicional, com a equipa de César Peixoto a ter o mérito de conseguir travar as saídas apoiadas dos leões através de uma pressão muito eficaz ao portador da bola. O conjunto de Rúben Amorim não permitia quase nada ao adversário, à exceção de alguns momentos na direita do ataque pacense em que Matheus Reis teve de cobrir as subidas de Nuno Santos, mas também não era capaz de chegar com perigo à baliza contrária.

Sem largura nas alas ou espaço interior, Coates optou pela exploração da profundidade à passagem do quarto de hora inicial — e acabou por despoletar o único golo da primeira parte. Paulinho recebeu o passe do uruguaio, tentou fintar André Ferreira e acabou por cair; o árbitro começou por assinalar fora de jogo e mostrar o cartão amarelo ao avançado por simulação mas, depois de ser chamado a analisar as imagens do VAR, decidiu que tinha mesmo existido grande penalidade do guarda-redes. Na conversão, Sarabia não falhou e chegou aos 15 golos na atual temporada (20′).

O jogo pouco ou nada se alterou depois de alcançada a vantagem leonina e o único lance mais perigoso foi um remate de Pote, na grande área e depois de uma combinação entre Sarabia e Porro na direita, que passou por cima da trave (33′). Gaitán saiu lesionado depois de uma entrada mais dura de Gonçalo Inácio, João Palhinha viu o quinto cartão amarelo e vai falhar a deslocação a Tondela na próxima jornada e o Sporting foi para o intervalo a vencer o P. Ferreira pela margem mínima depois de 45 minutos a baixo ritmo e praticamente sem oportunidades de golo.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-P. Ferreira:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o P. Ferreira voltou a apresentar-se de forma personalizada e com as linhas mais subidas, procurando chegar ao empate ainda nos primeiros minutos do segundo tempo para relançar o jogo. A equipa de César Peixoto voltou a deixar uma ótima imagem nos primeiros 10 minutos da segunda parte, a construir de forma apoiada, a ter mais posse de bola e a travar todas as tentativas de transição rápida do Sporting — faltando apenas a capacidade de levar as jogadas até à fase de finalização.

Ainda antes da hora de jogo e com a ideia clara de que o P. Ferreira estava a crescer no jogo e os leões tinham voltado do balneário ainda mais adormecidos, Rúben Amorim decidiu mexer e tirou João Palhinha e Pedro Gonçalves — que estiveram muitos furos abaixo do teoricamente normal — para lançar Manuel Ugarte e Marcus Edwards. Com o médio uruguaio, essencialmente, o Sporting recuperou a capacidade de ter bola e voltou a respirar, empurrando os pacenses para o próprio meio-campo e invertendo a lógica da segunda parte até aí.

Depois de 35 minutos sem rematar, os leões acumularam oportunidades quase consecutivas e viram Matheus Nunes (66′), Edwards (67′) e Sarabia (68′ e 70′) a ficar muito perto do golo. O dilatar da vantagem, porém, estava reservado para Nuno Santos: Ugarte assinou um passe longo brilhante, a cair na esquerda, e o ala recebeu da melhor forma para depois atirar cruzado à saída de André Ferreira (72′). Com maior tranquilidade, Amorim tirou Paulinho e Porro e lançou Slimani e Esgaio, não só resguardando o avançado de ver o quinto cartão amarelo e ficar de fora da próxima jornada como também poupando o espanhol, que acabou de voltar de lesão.

Até ao fim, já pouco aconteceu. O Sporting venceu o P. Ferreira em Alvalade, colocou alguma pressão num FC Porto que só entra em campo este domingo contra o Santa Clara e deixou o Benfica a nove pontos de distância, sentenciando teoricamente a questão do apuramento direto para a Liga dos Campeões. Os leões não foram brilhantes na primeira parte, tremeram muito no início da segunda e só agarraram a vitória com a entrada de Manuel Ugarte: que ajudou a ter bola, ligou o meio-campo ao ataque, fez a assistência para Nuno Santos e está claramente à frente de João Palhinha em termos exibicionais nesta altura. Rúben Amorim não quer fazer contas; mas, quando tem mesmo de as fazer, pode sempre contar com a calculadora mágica do uruguaio.

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