Só agora deverá avançar a auditoria externa ao caso “Russiagate”, proposta pelo CDS e aprovada por unanimidade em reunião de câmara (privada) a 1 de julho de 2021. Durante oito longos meses, que incluíram as eleições autárquicas e a derrota de Fernando Medina, não houve notícias de que a auditoria teria começado a ser feita – e só agora, segundo o Público deste domingo, é que o município assinou um despacho a pedir que se avance “com caráter de urgência” com a “contratação” da auditoria externa.

A informação foi confirmada pelo vice-presidente da Câmara de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, que assinou este despacho em março, depois de ter sido concluída a auditoria interna que demorou pelo menos nove meses a ficar pronta. O município diz que, após a apresentação (não pública) desse documento, estão a ser tomadas “todas as diligências conducentes à contratação da referida auditoria externa”.

O objetivo é “aferir o cumprimento da legislação europeia e nacional relativa à proteção de dados pessoais”, no polémico caso em que foram enviados à embaixada russa, por alegado erro, dados pessoais sobre manifestantes contra o regime de Putin. Foi um caso que foi divulgado na pré-campanha das eleições em que Carlos Moedas viria a vencer Fernando Medina, que entretanto foi nomeado ministro das Finanças por António Costa.

Quanto à auditoria interna, as conclusões ainda não foram publicamente divulgadas mas foram apresentadas pela nova encarregada de Proteção de Dados do município, que sucedeu a Luís Feliciano quando este foi exonerado do cargo. Mas, duas semanas após a divulgação do caso, foram apresentados dados preliminares de investigação interna que revelaram que houve partilha de dados pessoais a embaixadas em pelo menos 52 manifestações realizadas em Lisboa.

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