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Pepe, o verdadeiro capitão que dá sangue, suor e lágrimas quando vai para a batalha (a crónica do V. Guimarães-FC Porto)

Este artigo tem mais de 2 anos

FC Porto sofreu muito com o V. Guimarães, viu Taremi marcar um penálti e falhar outro e arrancou a ferros uma vitória importante (0-1). Pepe, que voltou a abrir a cabeça, esteve em destaque.

Vitoria Guimaraes SC v FC Porto - Liga Portugal Bwin
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O central português voltou a abrir a cabeça depois de um choque na primeira parte

Getty Images

O central português voltou a abrir a cabeça depois de um choque na primeira parte

Getty Images

É um dos grandes temas do futebol internacional nesta altura do ano: a teórica e até prática fragilidade física dos jogadores muçulmanos durante o período do Ramadão. O assunto é pertinente no Sporting devido a Feddal e Slimani, é pertinente no Benfica devido a Taarabt e Seferovic, é pertinente no Sp. Braga devido a Al Musrati — e é pertinente no FC Porto devido a Zaidu e Taremi. Mas, para Sérgio Conceição, não existem motivos de preocupação.

“Sou católico praticante e também faço o meu jejum nesta fase da Quaresma. Ontem, em jejum, fiz 20 quilómetros a correr. Não senti falta nenhuma. Há valores que se levantam e situações que passam para lá daquilo que é a falta momentânea de algum tipo de substância para estarmos mais fortes no jogo. Mas é óbvio que estamos atentos. Antes de começar o Ramadão foi feita uma palestra para os jogadores, nomeadamente para esses mas também para todo o grupo, para ajustar até alguns horários em função desses jogadores que cumprem o Ramadão. Está tudo planeado, não é pelo Ramadão que o Zaidu, o Taremi e o Dembélé [treinador-adjunto] podem estar menos disponíveis para dar o seu contributo à equipa”, garantiu o treinador do FC Porto, defendendo que os dois jogadores estão disponíveis “a 1000%”.

Ficha de jogo

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V. Guimarães-FC Porto, 0-1

29.ª jornada da Primeira Liga

Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

V. Guimarães: Bruno Varela, Miguel Maga, Jorge Fernandes (Borevkovic, 83′), Mumin, Rafa Soares (Nélson da Luz, 83′), Bamba (Bruno Duarte, 74′), Janvier (Luís Esteves, 83′), André Almeida, Rochinha, Estupiñán, Rúben Lameiras (Geny Catamo, 67′)

Suplentes não utilizados: Trmal, Ricardo Quaresma, Geny Catamo, Gui, João Ferreira

Treinador: Pepa

FC Porto: Diogo Costa, João Mário (Stephen Eustáquio, 90+1′), Mbemba, Pepe, Zaidu, Grujic, Vitinha, Fábio Vieira (Galeno, 69′), Otávio (Fábio Cardoso, 90+6′), Taremi (Evanilson, 69′), Pepê

Suplentes não utilizados: Marchesín, Fábio Cardoso, Francisco Conceição, Wendell, Toni Martínez, Fernando Andrade

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Taremi (36′, gp)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Estupiñán (12′ e 81′), a Otávio (30′), a Janvier (74′), a Diogo Costa (90+3′), a Bruno Duarte (90+8′); cartão vermelho por acumulação a Estupiñán (81′)

Ora, este domingo, os dragões deslocavam-se até ao D. Afonso Henriques para defrontar um V. Guimarães que, historicamente, causa sempre muitos problemas ao FC Porto. A entrar novamente em campo depois de uma vitória do Sporting, a equipa de Sérgio Conceição estava obrigada a vencer para voltar a ter seis pontos de distância para o segundo lugar dos leões e dar mais um passo rumo à conquista do título — principalmente na antecâmara de um dérbi da Segunda Circular em Alvalade. Do outro lado, porém, estava um conjunto de Pepa com três vitórias nas últimas quatro jornadas e com a possibilidade de encurtar a desvantagem para a quinta posição do Gil Vicente depois da derrota dos gilistas frente ao Moreirense na passada sexta-feira.

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Assim e sem Uribe, que saiu lesionado na última jornada contra o Santa Clara e vai ser baixa no FC Porto durante algumas partidas, Conceição lançava Grujic no meio-campo, mantinha a titularidade de Fábio Vieira e trocava Evanilson por Taremi, deixando o avançado brasileiro no banco. No V. Guimarães, Pepa não podia contar com os castigados Alfa Semedo e Tiago Silva, para além do lesionado Tomás Handel, e estreava o jovem Bamba no onze inicial.

Dentro de campo, as dinâmicas demoraram a acelerar. Pepê teve uma aproximação perigosa à baliza de Bruno Varela ainda nos instantes iniciais, sem conseguir finalizar (3′), mas o lance acabou por ser um oásis no deserto de ideias que foi a primeira parte do FC Porto. Fábio Vieira também teve um remate perigoso ainda de muito longe, com a bola a passar ao lado (14′), mas a verdade é que os dragões chegaram à meia-hora sem qualquer pontapé enquadrado com a baliza adversária e sem qualquer oportunidade de golo digna desse nome.

O FC Porto avançava essencialmente pelo corredor central, onde Vitinha e Fábio Vieira eram naturalmente os organizadores de todo o jogo da equipa de Sérgio Conceição, mas a superioridade numérica que o V. Guimarães conseguia ter nessa zona e a incapacidade que os dragões demonstravam para desequilibrar pelos corredores tornava quase impossível a entrada no último terço vimaranense. O conjunto de Pepa defendia bem, de forma organizada e muito certinha, e parecia confortável com o facto de quase não ter bola e só subir as linhas em situações de eventual transição rápida.

O jogo ia avançando quase sem balizas e com muitos duelos e disputas de bola, devendo muito à qualidade e pouco à agressividade. Já depois da meia-hora, porém, surgiu o lance disruptivo: Taremi apareceu na grande área e acabou por ser travado em falta por Bruno Varela, com João Pinheiro a assinalar uma grande penalidade que foi confirmada pelo VAR. Na conversão, naturalmente, Taremi não falhou e abriu o marcador (36′).

O V. Guimarães melhorou depois do golo sofrido, atravessando mesmo o melhor período na partida, e ainda viu Rochinha assinar um remate cruzado e em jeito que passou muito perto da baliza de Diogo Costa (43′). Ao intervalo, o FC Porto estava a vencer graças a um penálti algo caído do céu e precisava de fazer algo mais para garantir que os vimaranenses não tinham capacidade para ainda discutir o resultado.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do V. Guimarães-FC Porto:]

Nenhum dos treinadores fez substituições ao intervalo e o jogo voltou praticamente na mesma linha em que tinha terminado a primeira parte, com o V. Guimarães a ter uma posse de bola concedida pelo FC Porto mas a não conseguir chegar a zonas de finalização. Pepê teve o primeiro lance mais perigoso do segundo tempo, com um pontapé à malha lateral (47′), e Rúben Lameiras respondeu do outro lado com um cruzamento muito perigoso que a defesa dos dragões aliviou (58′).

Entretanto, instantes depois da hora de jogo, o filme do primeiro tempo repetiu-se: Taremi apareceu na grande área e foi carregado em falta por Bruno Varela, com João Pinheiro a assinalar novamente uma grande penalidade que acabou confirmada pelo VAR. A última cena da película, porém, foi diferente: o avançado iraniano rematou, desta feita para o lado esquerdo da baliza, e o guarda-redes vimaranense defendeu junto ao relvado, evitando a dilatação da vantagem do FC Porto e tornando-se também o primeiro a parar um penálti de Taremi em Portugal (63′).

Até ao fim, o jogo teve essencialmente três coisas: substituições, muitas paragens motivadas por faltas e duelos mais intensos e contestação à arbitragem a partir das bancadas. Estupiñán foi expulso por acumulação de cartões amarelos, Rochinha teve uma grande oportunidade para empatar (89′) e Galeno desperdiçou de forma escandalosa a confirmação da vitória (90′). Já dentro do período de descontos, para avolumar o caráter estranho e atípico da partida, um adepto entrou tranquilamente no relvado e ainda tentou agredir Geny Catamo antes de ser imobilizado pelos stewards e pelas autoridades.

O FC Porto esteve longe de ser brilhante, sofreu mas arrancou a ferros uma vitória importante em casa do V. Guimarães, mantendo-se com mais seis pontos do que o Sporting na liderança da Primeira Liga e carimbando o quarto encontro consecutivo sem sofrer golos. Num dia em que Taremi marcou um penálti mas também falhou outro, Pepe mostrou novamente que é o capitão que entra na batalha para dar sangue (literalmente, depois de um choque de cabeças que lhe abriu o sobrolho), suor e lágrimas — nunca quis deixar o relvado, foi continuamente a voz de comando e aos 39 anos e ao sétimo minuto de descontos ligou a própria cabeça para não deixar a equipa com menos um elemento.

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