O Benfica continua sem fugir à maldição dos quartos de final: no formato Liga dos Campeões, os encarnados caíram sempre nesta fase da competição e nunca conseguiram sequer uma vitória nesta ronda. Depois do AC Milan em 1994/95, do Barcelona em 2011/12, do Chelsea em 2015/16 e do Bayern Munique em 2015/16, o Liverpool é o mais recente carrasco do Benfica nos quartos da Champions.

Afinal, marcar três golos em Anfield não era milagre. O problema foi sofrer outros três (a crónica do Liverpool-Benfica)

Ainda assim, a eliminatória contra os ingleses terminou com vários dados positivos para os encarnados. O Benfica não perdeu fora de casa pela primeira vez nos quartos de final da Liga dos Campeões; o Benfica foi a equipa que mais golos marcou ao Liverpool esta temporada, seis; e Darwin tornou-se o jogador da história do Benfica com mais golos na Champions numa só época, seis, superando um registo de Nuno Gomes que já durava desde 1998/99.

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Assim, o Benfica despede-se da Liga dos Campeões com 14 jogos, seis vitórias, cinco empates e três derrotas, para além de ter marcado 20 golos e sofrido 18. A campanha europeia dos encarnados foi reconhecida pelos adeptos no final da partida em Anfield, com a equipa a ser saudada com aplausos e cânticos durante largos minutos. Na flash interview, Nélson Veríssimo lembrou que o Benfica tinha noção de que esta era “uma missão difícil”.

“O golo sofrido complicou as contas mas ainda assim a equipa teve uma boa reação ao empatar. Na segunda parte, fruto da qualidade que tem, o Liverpool fez mais dois golos. Tivemos dois golos sofridos de bola parada, em lances que podemos controlar melhor. Temos sempre a obrigação de estar melhor. Fica a reação da equipa e a forma como não abdicámos do jogo. E, fruto disso, surgiram os golos. Fica uma grande noite europeia, contra uma excelente equipa. Foi uma equipa que nos colocou à prova. É óbvio que estamos tristes por não passar mas a equipa deixou uma boa resposta”, explicou o treinador encarnado.

Em seguida, Veríssimo recordou a longa campanha europeia do Benfica. “Todos os benfiquistas têm de ficar orgulhosos desta campanha. Começou em agosto com o Spartak Moscovo, depois com o PSV. Veio uma fase de grupos bastante difícil, com bons clubes do panorama mundial. Fruto do que foram os resultados e do trabalho da equipa e da equipa técnica anterior, passámos aos oitavos. Apanhámos uma equipa difícil como o Ajax, que tal como o Liverpool foi uma das equipas que passou só com vitórias. Era uma tarefa difícil, soubemos interpretar da mesma forma como aqui. À medida que avançamos o adversário é mais difícil mas demos sempre uma boa resposta”, terminou.

Já Darwin, que fez o terceiro e último golo dos encarnados, defendeu que o jogo em Anfield “deu para mostrar que o Benfica é um grande”. “Deixámos tudo dentro de campo. Foi um empate, não nos serviu mas vamos com a cabeça levantada. Deixámos tudo, na casa deles, que é muito difícil. Agora toca a descansar e pensar no próximo jogo”, disse o uruguaio, revelando depois o que Veríssimo transmitiu à equipa ao intervalo. “Falou do contra-ataque. Penso que temos jogadores rápidos, eu, o Everton, e era sair no contra-ataque. Eles também fecharam bem mas as oportunidades que tivemos, concretizámos com golos. Não valeu de nada”, acrescentou, deixando ainda uma palavra para os adeptos.

“Os adeptos merecem um aplauso, foram o nosso apoio. Continuaram a cantar. Quero deixar um agradecimento puro para estes adeptos e para os que estão em Lisboa”, afirmou Darwin, que ainda acrescentou que tem “a cabeça no Benfica até ao final da temporada” apesar do interesse de vários clubes europeus que tem sido notícia nos últimos dias.