Já tinha ficado à porta de uma medalha num Campeonato do Mundo, quando acabou em quinto a edição de 2018. Já tinha ficado à porta de uma medalha num Campeonato da Europa, quando acabou em quinto a edição de 2019. Já tinha ficado à porta de uma medalha nuns Jogos Olímpicos, quando acabou em quinto em Tóquio-2020. Nunca conseguiu. Mas à medida que ia tendo essas tentativas, Catarina Costa nunca deixou de ver uma janela de oportunidade para um dia destrancar o desejado acesso ao pódio de uma grande competição e os Europeus deste ano surgiam como uma boa oportunidade até pela frustração que sentira no ano passado em Lisboa, quando acabou por ser eliminada na fase preliminar pela russa Sabina Giliazova.

Catarina virou o mundo do avesso. O dela, o das outras, o de todos. E o diploma teve quase a forma de medalha

Aos 25 anos, quase de forma natural e como se fosse um passo destinado a acontecer, essa tal medalha numa grande competição surgiu. Aliás, para a futura médica de Coimbra foi quase a receita perfeita, perdendo só na final contra a francesa Shirine Boukli (segunda do ranking mundial apenas atrás da Distria Krasniqi e primeira cabeça de série nestes Europeus) e conseguindo a prata na categoria de -48kg.

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Após ter ficado isenta da primeira ronda, a judoca de Coimbra, quarta do ranking mundial e segunda cabeça de série apenas atrás de Shirine Boukli, começou por derrotar a azeri Ramila Aliyeva (sem ranking) após ver a adversária três castigos e venceu depois a italiana Assunta Scutto (15.ª do mundo) por ippon no golden score. Nas meias-finais, Catarina Costa bateu a israelita Shira Rishony, oitava do ranking mundial.

De recordar que, nos últimos anos, Catarina Costa, que ao mesmo tempo que vai somando bons resultados no judo frequenta o curso de medicina, já tinha subido ao pódio de várias provas internacionais do World Tour (que não Europeus, Mundiais e Jogos Olímpicos). Mais concretamente dez, entre três ouros conseguidos em Antalya, Brasília e Portugal no início deste ano, três pratas e quatro bronzes em competições como o Grand Slam de Düsseldorf, o Grand Slam de Baku ou o Grand Slam Abu Dhabi (em duas ocasiões).

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Portugal conseguiu assim a sua 39.ª medalha em Campeonatos da Europa de judo, num dia que começou com a eliminação de Telma Monteiro na fase preliminar, falhando assim aquele que poderia ter sido o seu 16.º pódio noutras tantas participações aos 36 anos (e o possível sétimo título europeu da carreira).

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