Neste caso não havia qualquer problema com superstições ou afins. Ainda antes do início do encontro, na zona da tribuna, Pinto da Costa já tirava fotografias com a taça de campeão que estava garantida desde a semana passada com a vitória na Luz. Depois, desceu à garagem para receber os jogadores para o último encontro do Campeonato, regressou ao espaço presidencial e de lá só saiu para fazer parte da cerimónia protocolar de entrega das medalhas a todos os jogadores e técnicos. Foi nesse momento, e apenas nesse momento, que o líder se emocionou, quando Sérgio Conceição foi chamado por Pedro Proença para colocar no pescoço no número 1 dos portistas a medalha do 23.º Campeonato, o 30.º do clube.

Da grande ovação a Pepe a nova explosão ao ouvir o nome de Zaidu (que depois de mais um corte quando o jogo estava 1-0 teve o Dragão a cantar por si), passando pelo bando dos óculos escuros entre Pepê, Galeno e Evanilson a quem se juntou mais tarde Otávio para a habitual dança brasileira do “Enrola, bate, joga de ladinho”, os campeões foram desfilando até se concentrarem para o capitão dos azuis e brancos levantar o troféu da Primeira Liga e começar a sessão de fotografias individuais com as famílias já no relvado.

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“O título significa muito porque o FC Porto é um clube que eu amo. Tenho de agradecer a esses adeptos que sempre acreditaram na equipa. Alguns iluminados de vários programas que nunca deram um pontapé na bola quiseram manchar a nossa trajetória este ano. Tivemos o melhor ataque, recorde de pontos, contra factos não há argumentos. Continuem assim que nos alimentam para lutar contra tudo e contra todos. Futuro? Tenho mais um ano de contrato. Nós que andamos nesta luta diária estamos propícios a lesões, mesmo os mais jovens. O mais importante é ter a força mental para passar isso. Trabalhamos com muita seriedade aqui para recuperar e dar o máximo pelo clube”, comentara Pepe após o jogo na SportTV, que foi continuando a ouvir vários jogadores durante a festa das fotografias entre jogadores e famílias.

“Este título é incrível. É incrível poder festejar com os adeptos, a alegria que vemos na cara deles. Estou sem palavras, são estes momentos que fazem a nossa carreira. Sinto que cresci ao longo do tempo, evoluí dia após dia. Estou a conseguir a aproveitar as oportunidades. Agora vou continuar para poder ter mais alegrias como estas. Vamos aproveitar para desfrutar, mas trabalhar para ganhar mais um título”, disse João Mário, com o amigo Fábio Vieira ao lado a dizer “amo-te muito” após vários anos na formação e com uma confidência: o extremo não acreditava que fosse capaz de jogar como lateral direito.

“Foi uma época incrível para mim, no segundo ano no FC Porto consegui ganhar o título nacional. O momento mais importante da minha vida. Golo ao Benfica? Nunca pensei que fosse marcar mas acreditávamos que íamos ganhar o jogo. Se esperava pelo passe do Pepê? Temos indicações do treinador para os extremos e os laterais fazerem sprints até à área contrária. Foi o que fiz mas nunca pensei que fosse marcar. Fui para cima, porque o treinador pede para subirmos e marquei um grande golo. Ofereci a camisola ao presidente no final, ele é um gajo bom, mesmo bom, é incrível”, comentou Zaidu.

“O que passou, passou. Estou muito feliz por este título. Foi um longo trabalho não só meu, mas de toda a equipa. Batemos o recorde de pontos e foi tudo incrível. Quanto ao resto, não vale a pena falar disso agora”, referiu Rúben Semedo, central que chegou em janeiro e que se tornou campeão na última ronda. “Estou muito feliz. Poucos sabem o que passei nestes últimos oito meses. Sonhei com este momento. Emocionei-me quando fui abraçado por toda a gente. Parecia que o ano ia ser mau, mas termina com uma festa enorme”, destacou outro dos campeões frente ao Estoril que até marcou, Fernando Andrade.