Portugal registou mais de 194 mil casos de reinfeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, que representam 4,65% do total de casos positivos notificados desde junho de 2020, anunciou nesta quinta-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Entre 1 de junho de 2020 e 10 de maio de 2022 foram registados no BI SINAVE 3.982.250 novos casos de infeção Covid-19. Acresce a esse valor 194.244 episódios de reinfeção, conforme a definição proposta, que perfazem 4,65% do total de notificações“, adianta um relatório técnico da DGS.

A autoridade de saúde, que passou a incluir os dados relativos a reinfeções por SARS-CoV-2 nos relatórios e publicações de monitorização da pandemia, avança que os 4,65% casos de reinfeção pelo vírus que causa a Covid-19 representam um valor semelhante aos registados a nível internacional.

De acordo com o documento, a prevalência de casos de reinfeção é mais elevada no período em que a variante Ómicron do SARS-CoV-2 é mais frequente, com uma proporção de 6,10%, superando os cerca de 2% do período em que as variantes Delta e Alfa eram predominantes, e de apenas 0,35% na altura da variante original identificada em Wuhan, na China.

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Os casos registados na plataforma BI SINAVE — Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica –são considerados suspeitos de reinfeção quando existe um teste positivo após 90 dias do último episódio de infeção, conforme definido pela Organização Mundial da Saúde.

Desde a entrada em funcionamento da plataforma BI SINAVE, em 2020, que o processo de contabilização de casos de infeção de SARS-CoV-2 no sistema considerava a primeira infeção associada a cada pessoa, uma vez que partia do pressuposto, fundamentado em estudos populacionais, que os fenómenos de reinfeção eram raros, entre 1% e 2%.

“A emergência da variante de preocupação Ómicron veio alterar a probabilidade de reinfeção, sendo cinco vezes mais provável a reinfeção do que com a variante de preocupação Delta“, indica o relatório técnico, ao adiantar que, para manter a precisão e fiabilidade do processo de vigilância epidemiológica, foi necessário proceder a uma atualização da metodologia de contabilização de casos, incorporando as suspeitas de reinfeção.

“É de salientar que o seguimento clínico destes casos esteve sempre assegurado através da plataforma Trace Covid-19, que alertava para novos resultados positivos de testes laboratoriais a SARS-CoV-2, independentemente do período entre os mesmos”, explicou a direção-geral.