A Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), a entidade responsável pela gestão dos transportes públicos na área metropolitana de Lisboa, diz ter a “expectativa” de que a partir desta terça-feira a Carris Metropolitana efetue os horários praticados pelo operador anterior, depois de vários autocarros terem ficado parados porque os motoristas não sabiam que percurso fazer. A empresa remete responsabilidades para a Alsa Todi, a nova operadora de transportes rodoviários nos concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal.
Em comunicado, a TML afirma que a empresa Alsa Todi “assumiu contratualmente um nível de serviço que ainda não conseguiu atingir, nomeadamente no que diz respeito ao cumprimento de horários e disponibilização de informação ao público”. Mas assegura estar a “desenvolver todos os esforços para garantir” que a operação é realizada nos termos contratuais definidos, “com vista à rápida e completa resolução das atuais situações de incumprimento”.
É nesse sentido que diz que ter a “expetativa” de que “a partir de amanhã”, terça-feira, a operação nos municípios de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal efetue os horários praticados pelo operador anterior. “Estamos a trabalhar no sentido de garantir que o novo operador possa superar os incumprimentos nesta fase de arranque inicial e assegurar a oferta prevista para a nova operação”, indica.
Esta segunda-feira, vários autocarros ficaram parados porque os motoristas protestaram por não saberem quais os percursos e as paragens que teriam de fazer. No caso de Setúbal, a Fectrans – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações informou que cerca de 90% das carreiras urbanas e interurbanas da Carris Metropolitana previstas para segunda-feira não se realizaram. Os motoristas acabaram por fazer uma paralisação espontânea exigindo formação.
Carreiras da Carris Metropolitana em Setúbal não saíram por falta de formação dos motoristas
Situação semelhante aconteceu no Montijo. À Lusa, Manuel Oliveira, do Sindicato dos Motoristas e Outros Trabalhadores, explicou que houve trabalhadores a protestar contra a situação porque consideram que já deveria estar “devidamente previsto” que horários cada um faria. “Alegadamente, a TML [Transportes Metropolitanos de Lisboa] atrasou-se no envio dos serviços, neste caso em concreto para a empresa Alsa, o que causou perturbações tremendas”, disse o sindicalista.
Por sua vez, Fernando Fidalgo, da Fectrans, referiu que entretanto houve um acordo entre a Alsa Todi e a TML para que sejam retomados os horários da operadora anterior nos próximos 15 dias.
Motoristas da Carris Metropolitana no Montijo sem orientações de serviços
No comunicado, a TML confirma ter a expetativa de que isso aconteça já na terça-feira. E contrapõe o sindicalista, dizendo que “algumas” das falhas de serviços devem-se a “questões laborais entre a Alsa Todi e os seus trabalhadores”, sem especificar que problemas ao certo existem. A empresa assegura que está “a acompanhar, com preocupação, todas as dificuldades relativas à entrada em operação nestes municípios, lamentando o impacto que as mesmas têm causado junto dos passageiros”.
A Carris Metropolitana — e os seus novos autocarros amarelos — iniciou atividade a 1 de junho, em Alcochete, na Moita, no Montijo, em Palmela e em Setúbal para uniformizar os autocarros municipais e intermunicipais na área metropolitana de Lisboa (exceto Lisboa, Cascais e Barreiro). Na prática, o que acontece é que alguns autocarros continuam a ser explorados por algumas das atuais empresas, mas deixa de se fazer a distinção entre os operadores (Vimeca, Rodoviária de Lisboa e Transportes Sul do Tejo). Todos os veículos passam a amarelos e têm a marca Carris Metropolitana.