Os trabalhadores da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) estão em greve, esta quinta-feira, por aumentos salariais de 90 euros, depois de a empresa ter acordado uma subida de 25 euros.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) indica que os trabalhadores irão fazer piquete de greve às 07h00 no parque da Rua Sanches Coelho e às 07h45 no parque do Marquês de Pombal, concentrando-se às 09h30 naquela zona da cidade de Lisboa.

Em declarações à agência, Orlando Gonçalves, do CESP, justificou esta paralisação com o facto de não ter existido uma resposta por parte da Câmara de Lisboa e da administração da EMEL para reunir e discutir uma nova proposta de aumentos dos salários.

Segundo referiu o sindicalista, a administração da EMEL conseguiu chegar a acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE) para um aumento salarial de 25 euros, valor rejeitado pelo CESP, que pretende um incremento em 90 euros.

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“Consideramos que o aumento proposto é insuficiente. A EMEL tem capacidade para dar melhores aumentos aos trabalhadores. Este ano vão atingir, em termos de receitas, valores pré-pandemia (2019). A opção tem sido de não valorizar os trabalhadores”, argumentou.

Numa resposta escrita, enviada à Lusa, fonte da EMEL assegurou que a empresa “tem feito um esforço no sentido de ir ao encontro das pretensões dos sindicatos representativos dos trabalhadores” e aludiu ao acordo alcançado com o SITESE, que se traduziu no aumento de 25 euros para todos os trabalhadores e “em 5% do subsídio de trabalho por turnos dos trabalhadores que fazem trabalho 24 horas”.

Note-se que a EMEL partiu para estas negociações com os sindicatos com uma proposta de aumento inicial de 15 euros transversal, tendo encerrado as negociações com obtenção do acordo do SITESE para um aumento de 25 euros, nos moldes já expostos. Lamentavelmente, o CESP não subscreveu o acordo”, aponta a empresa.

A nota refere ainda que a atividade da EMEL “foi afetada nos últimos dois anos, com perdas significativas, resultantes da paragem da atividade”, situação que “obrigou à transferência de verbas do município” para a empresa.

Por seu turno, também numa resposta enviada à Lusa, fonte da Câmara Municipal de Lisboa referiu que o executivo “considera que as negociações entre a administração da EMEL e os representantes dos trabalhadores devem prosseguir, no sentido de se alcançar um acordo que satisfaça todas as partes, independentemente do sindicato em causa”.

“Apesar do momento económico difícil, a EMEL tem ido ao encontro das pretensões dos cerca de 700 colaboradores da empresa”, sublinha a nota da Câmara de Lisboa.

Os trabalhadores da EMEL tinham cumprido uma greve de 24 horas no dia 6 de maio, tendo sido registada uma adesão de cerca de 90%, segundo os sindicatos, e inferior a 30%, de acordo com a empresa.