A ministra da Saúde acusou esta quinta-feira a oposição de “não fazer nada”, ao contrário do Governo que “apresentou aos portugueses, com responsabilidade, um programa de reforma e melhoria do Serviço Nacional de Saúde”. “Há gente muito pouco interessada na aplicação desse plano”, sendo que Marta Temido garante cumprir os “quatro anos” de mandato para colocar em prática a reforma do SNS.

“Como diz o nosso humorista, falam, falam, mas não fazem nada. Contra isto o Governo apresentou aos portugueses, com responsabilidade, um programa de reforma e melhoria do SNS”, afirmou Marta Temido. “Dizer que a contratação urgente de médicos pediatras para Faro é uma necessidade, a contratação de médicos de medicina geral e familiar para os centros de saúde é uma necessidade, que o reforço de meios técnicos é uma necessidade e que a construção do hospital central do Algarve é uma necessidade não é nada. Os senhores não dizem como é que fazem”, assinalou a governante, acrescentando que o Governo privilegia a “ação à adjetivação”.

Num debate parlamentar sobre o SNS, Marta Temido adiantou que 9,1 milhões de utentes têm médico de família atribuído, quando em 2015 eram nove milhões.

“Há ou não mais utentes com médico de família? Há”, assegurou a governante no debate agendado pela Iniciativa Liberal (IL), que apresentou cinco iniciativas legislativas na área da Saúde, e para o qual Chega, BE, PCP, PAN e Livre arrastaram os seus diplomas sobre o mesmo tema.

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Em 2015, o SNS tinha um total de 5.138 médicos de medicina geral e familiar, mas agora já apresenta mais 686, referiu a ministra, ao adiantar ainda que em maio deste ano estavam inscritos no SNS um total de 10,5 milhões de pessoas, mais 455 mil do que em 2015.

Perante os deputados, Marta Temido reconheceu que existe “um problema” com os 1,3 milhões de utentes que não têm médico de família atribuído, enquanto em 2015 eram um milhão, mas salientou que o Governo está a “tratar dele”.

Segundo a ministra, este ano existem 462 potenciais especialistas desta área, número que será de 457 em 2023, de 488 em 2024, de 500 em 2025 e 507 em 2026.

“Estamos, em simultâneo, a passar pelo inverno demográfico nesta especialidade, pelo pico de confluência do que é uma maior probabilidade de aposentações de médicos”, considerou a ministra, ao adiantar que este ano o número máximo de aposentações é de 798, baixando para os 304, 297 e 96 nos anos seguintes.

Marta Temido desvalorizou ainda as iniciativas legislativas apresentadas pela oposição para o SNS esta quinta-feira em debate, alegando que não apresentam soluções concretas.