Carlos Silvino, o principal arguido do processo Casa Pia, mais conhecido pela alcunha “Bibi”, saiu este sábado da prisão onde cumpriu 12 anos de pena efetiva por centenas de crimes de abuso sexual de crianças, tornando-se assim o último arguido do caso a sair em liberdade.

Segundo a notícia avançada pelo Correio da Manhã, Carlos Silvino saiu do estabelecimento prisional da Carregueira, em Sintra, acompanhado pelo seu advogado e disfarçado com um boné, uns óculos escuros e duas máscaras de proteção.

O Jornal de Notícias escreve que “Bibi”, que tem 65 anos, ficará agora em liberdade condicional, depois de ter cumprido 12 anos e meio dos 15 a que tinha sido condenado (a sentença inicial era de 18 anos, mas acabou por ser reduzida pelo Tribunal da Relação de Lisboa). O antigo motorista da Casa Pia de Lisboa irá para uma instituição de apoio social, uma vez que, como avança o mesmo jornal, a sua casa foi arrestada para o pagamento de indemnizações às vítimas da Casa Pia.

O escândalo que chocou o país rebentou em 2002, com as revelações de vários alunos da instituição, que diziam ter sido vítimas de abusos repetidos de funcionários e até figuras públicas. O antigo motorista seria detido em novembro de 2002.

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Durante o julgamento, que se arrastou durante seis anos nos tribunais, Silvino chegou a assumir que durante 30 anos abusou de inúmeros menores e que os levou a outras casas onde sofriam abusos por mais homens. Mais tarde, negaria esta versão, dizendo ter sido pressionado.

Acabou condenado, assim como o apresentador de televisão Carlos Cruz, o médico Ferreira Dinis, o embaixador Jorge Ritto, o advogado Hugo Marçal e o antigo provedor Manuel Abrantes. A pena de “Bibi”, que foi condenado por mais de 180 crimes, era a mais pesada e é, assim, a última a terminar.