Depois de ter sido contratado por Sérgio Figueiredo, não é a primeira vez que Medina tem a oportunidade de contratar de volta o ex-patrão, antigo diretor de informação da TVI. Segundo a Sábado, na condição de presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina pagou 30 mil euros à empresa de Sérgio Figueiredo e da namorada Margarida Pinto Correia.

Ainda que o contrato público tenha sido assinado no âmbito de uma consulta prévia a três entidades, o Observador sabe que apenas a empresa de Sérgio Figueiredo respondeu à consulta feita pela autarquia de Lisboa.

À Sábado, Sérgio Figueiredo reclama ter sido o autor da ideia para a campanha de promoção. “Estávamos no segundo confinamento [2020], todos os dias fechavam lojas de bairro e chamei a atenção de Fernando Medina que não se salvava da falência aquela gente toda apenas com subsídios. Era preciso sensibilizar as pessoas para privilegiarem o comércio local nas suas compras de Natal”, escreve a revista, citando o agora consultor de Fernando Medina no Governo.

O contrato foi assinado cinco meses depois de Sérgio Figueiredo ter deixado a TVI, em julho de 2020, com um prazo máximo de execução de 20 dias, mas segundo o registo do portal Base foram necessários apenas 13 dias para que o contrato fosse “cumprido integralmente”.

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Assim, para a “aquisição de serviços de desenvolvimento de produção de uma campanha de comunicação destinada aos estabelecimentos de comércio tradicional a retalho e de restauração e bebidas, no âmbito do Plano de Apoio Económico e Social” a empresa Plataforma Coerente, fundada a 17 de agosto de 2020, depois de Sérgio Figueiredo ter deixado já a TVI.

Os vídeos da campanha publicitária ainda estão disponíveis no canal de YouTube da autarquia lisboeta. O consultor, que é sócio maioritário da empresa que tem com Margarida Pinto Correia, explicou ainda à Sábado que os vídeos que compõem a campanha foram gravados “pelos telemóveis das próprias figuras públicas envolvidas”, questionando que “a montagem e sonorização dos depoimentos”, a “produção de dezenas de clips”, a “conceção da campanha” e os “copys” foram da autoria da empresa.

A revista acrescenta ainda que a empresa de Sérgio Figueiredo em 2020 tinha apenas um funcionário e conseguiu faturar 160 mil euros e, no ano seguinte, já sem funcionários faturou 75 mil euros.