Uma mulher, grávida de 31 semanas, morreu num hospital em Lisboa após ter sofrido uma paragem cardiorrespiratória durante uma transferência hospitalar.

De acordo com a TVI, que teve acesso ao relatório clínico, a mulher de 34 anos foi transferida na passada terça-feira de ambulância do hospital de Santa Maria para o de São Francisco Xavier, ambos em Lisboa, porque não havia vaga no Serviço de Neonatologia do primeiro para internar o bebé após o parto ser induzido.

A medida era necessária para salvar a vida da mulher, que tinha sido diagnosticada com pré-eclampsia, uma complicação grave da gravidez, e com restrições de crescimento uterino. Cinco dias antes, a grávida tinha recorrido às urgências do Santa Maria por apresentar há vários dias um quadro de hipertensão e dispneia (dificuldade em respirar), referiu a TVI.

Foi durante a transferência hospitalar que a mulher sofreu a paragem cardiorrespiratória que se revelou fatal, chegando em coma profundo ao São Francisco Xavier, onde foi submetida a uma cesariana urgente. Segundo avançou a TVI, a paciente morreu este sábado.

Grávida tinha chegado recentemente a Portugal “sem dados de vigilância de gravidez”, esclarece Santa Maria

O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) esclareceu em comunicado que a mulher, de nacionalidade indiana, residia na Índia e tinha chegado recentemente a Portugal “sem dados de vigilância da gravidez”. Segundo a nota, a paciente deu entrada no Santa Maria devido a dificuldades respiratórias e “tensões arteriais altas”.

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“Após normalização das tensões arteriais e franca melhoria respiratória”, foi transferida para o Hospital São Francisco Xavier, “por ausência circunstancial de vagas de Neonatologia no CHULN, acompanhada por um médico e enfermeiros”, refere a mesma nota, que acrescenta que foi efetuada “reanimação no transporte” e que, à chegada, a mulher “foi submetida a uma cesariana urgente”.

O bebé, com 772 gramas, foi encaminhado para “unidade de cuidados intensivos neonatais por prematuridade”. “A mãe ficou internada nos cuidados intensivos, vindo a falecer”, indicou o CHULN, enviando “as mais sentidas condolências à família”.

O centro hospitalar destacou ainda que “a gestão em rede das vagas de neonatologia é prática corrente há vários anos, sendo o transporte intrauterino de grávidas estabilizadas a prática recomendada por todas as instituições internacionais”. “A equipa de urgência de obstetrícia e ginecologia do CHULN encontrava-se completa”, lembrou.

Num outro comunicado, o CHULN adiantou que irá ocorrer, pelas 9h30 desta terça-feira, uma conferência de imprensa com a presença dos diretores de serviço de obstetrícia e de neonatologia, nas instalações daquela unidade hospitalar.

Artigo atualizado com comunicado do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN)