Marina Silva, antiga senadora, ministra e candidata nas últimas três eleições presidenciais, anunciou esta segunda-feira o seu apoio a Lula da Silva para Presidente do Brasil, considerando ser este o candidato que tem as “maiores e melhores condições para derrotar Bolsonaro”. Em contrapartida, terá pedido medidas para a área ambiental.

Num encontro em São Paulo, Marina Silva manifestou o seu “apoio de forma independente a Lula”, de quem foi ministra do Ambiente durante a primeira passagem do antigo líder do PT pela presidência brasileira. Desde então, os dois seguiram caminhos distintos, até ao momento do “reencontro político e programático”, que acontece agora.

Compreendo que, neste momento crucial da nossa história, quem reúne as maiores e melhores condições para derrotar Bolsonaro e a semente maléfica do bolsonarismo que está se a implementar no seio da nossa sociedade, agredindo irmãos brasileiros, ceifando a vida de pessoas por pensarem diferente, é a sua candidatura [de Lula]”, disse Marina, enquanto discursava juntamente com o ex-chefe de Estado, a quem chama “futuro presidente do Brasil”.

Por seu turno, o candidato disse aos seus apoiantes que, nesta altura, “a democracia está a fugir pelos nossos dedos”. “O momento que estamos a viver exige muito mais compreensão de todas as pessoas que fazem política porque a democracia está correndo risco nesse país”, prosseguiu Lula.

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Vocês viram agora um companheiro do PT ser assassinado no dia do seu aniversário. Vocês viram agora um companheiro quase ser decapitado por outro, na cidade de Confresa, no Mato Grosso. E vocês viram a cena grotesca, vergonhosa, humilhante do comportamento de um reacionário bolsonarista entregando uma cesta básica para uma companheira que necessitava de um alimento e teve a pachorra de perguntar em quem que ela ia votar”, disse Lula.

Para que este apoio fosse avante, Marina Silva terá pedido a Lula que incluísse medidas ambientais no seu programa, tendo este assegurado que “a questão ambiental será levada muito a sério”. No caso de ser eleito, “todos os ministros terão obrigação com a questão climática”.

De acordo com a Globo, no final de abril, a Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, já havia expressado publicamente o seu apoio à candidatura de Lula da Silva.

Marina Silva deixou o Partidos dos Trabalhadores em 2009, depois de ter tido a tutela do Ambiente entre 2003 e 2008. No ano seguinte, candidatou-se à Presidência da República, pelo Partido Verde, e perdeu para Dilma Rousseff. Em 2014, foi candidata pelo Partido Socialista Brasileiro e, em 2018, pela Rede Sustentabilidade.