O Presidente do Brasil, Lula da Silva, criticou esta quinta-feira o ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal, preso por alegadamente tentar impedir o voto de eleitores pobres na região nordeste durante a segunda volta das presidenciais, em outubro 2022.

“Eles tentaram corromper a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para não deixar os pobres votarem”, disse o chefe de Estado brasileiro.

Luiz Inácio Lula da Silva referia-se ao ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, preso na quarta-feira numa investigação da Polícia Federal que apura bloqueios realizados por agentes federais nas estradas no dia da segunda volta das eleições presidenciais, que venceu com uma diferença de menos de 2% sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Os investigadores suspeitam que Vasques e outros membros do antigo Governo organizaram bloqueios em estradas para impedir a movimentação de eleitores de Lula da Silva na região nordeste, especialmente em cidades onde tinha grande intenção de voto.

O chefe de Estado também acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de tentar comprar eleitores ao anunciar programas sociais durante a campanha eleitoral.

Lula da Silva fez estas considerações durante um evento realizado no Rio de Janeiro, no qual também voltou a criticar a gestão negacionista de seu antecessor durante a pandemia de Covid-19, acusando-o de ser responsável por “pelo menos metade das mortes” no Brasil.

O Presidente brasileiro também questionou a atuação da Polícia Militar do Rio de Janeiro numa operação realizada esta semana, em que um rapaz de 13 anos foi morto. Segundo a família do adolescente, foi executado por um dos agentes da polícia quando estava caído no chão.

“São os negros pobres da periferia que precisam ser tratados com respeito, para que nunca aconteça o que aconteceu com um menino assassinado por um policial irresponsável”, disse Lula da Silva, que avançou que seu o Governo quer trabalhar numa reforma para melhorar as forças policiais.

“Não podemos culpar a polícia, mas temos de dizer que um cidadão que atira numa criança que está no chão é irresponsável e não está psicologicamente preparado para ser polícia, ser eficaz, pronto para combater o crime (…) Tem que saber a diferença entre um bandido e um pobre”, concluiu.