O espaço para os comerciantes afetados pelas obras da linha Rosa do Metro do Porto a decorrer no centro histórico, está a ser montado na Trindade e estará operacional na segunda quinzena do mês, segundo o presidente da empresa.

“Está montado na Trindade. Se forem à Trindade já veem lá as galerias. Estamos a montar neste momento”, disse esta sexta-feira aos jornalistas o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, que falava antes do seminário “Descarbonizar, Descongestionar, Desenvolver: O Papel da Metro do Porto como Indutor da Mudança no Ecossistema de Transportes da Área Metropolitana do Porto”, na Universidade Portucalense – Infante D. Henrique, no Porto.

Segundo Tiago Braga, “foi preciso proceder ao aluguer dos contentores, à viabilização das questões técnicas ao nível da alimentação de energia”, questões que “não são feitas de um dia para o outro”.

Temos estado em articulação com os comerciantes, os comerciantes sabem qual é a nossa posição”, afirmou, antecipando que “na segunda quinzena de outubro” os espaços “têm de estar a funcionar”.

Em maio, Tiago Braga tinha adiantado que os comerciantes afetados pelas obras poderiam ir para uma estação premium localizada na cidade do Porto.

“Muito provavelmente será numa estação. Ainda não está definido. É um aspeto que estamos a tentar verificar com cada um dos agentes, mas muito provavelmente será numa estação”, disse então à Lusa Tiago Braga, que falava à margem da Portugal Railway Summit 2022, que decorreu no terminal de cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos, no distrito do Porto.

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Anteriormente, vários comerciantes afetados pelas obras do Metro do Porto na Rua do Almada e na Praça da Liberdade reportaram à Lusa impactos superiores a 50% à sua atividade.

“O tráfego de peões é nulo. Não estamos a faturar nada, mesmo. As pessoas não vêm aqui, não passam aqui, isto está fechado”, disse em 12 de maio à Lusa Cristina Moreira, funcionária da tabacaria Daniel Barbosa, no troço final da Rua do Almada, no cruzamento com a Rua dos Clérigos, que com as obras se tornou, na prática, numa rua sem saída.

Na mesma rua, mais acima, encontra-se a Artifixo, loja de artigos de fixação de Manuel Bessa, que notou a diferença face às lojas de ferragens situadas nos troços da Rua do Almada mais acima, apontando que “os clientes ao balcão se reduziram em 50%”.

Já Joana Barros, da confeitaria Ateneia, na Praça da Liberdade, reportou uma quebra de faturação “na ordem dos 70%”.

A Metro do Porto disse então estar a trabalhar numa “solução inovadora e extraordinária” para os deslocalizar temporariamente.

A Linha Rosa consistirá no percurso entre São Bento e Casa da Música, com estações intermédias na no Hospital de Santo António e Praça da Galiza, e o presidente da Metro assumiu ter o objetivo de ter a linha rosa a funcionar no primeiro trimestre de 2025, depois de concluídas as obras em dezembro de 2024.

As obras de prolongamento da Linha Amarela (em Vila Nova de Gaia) e a construção da Linha Rosa representam no total um acréscimo de seis quilómetros e sete estações à rede de metro do Porto e um investimento total superior a 400 milhões de euros.

As obras de expansão da rede vão sofrer um aumento de custos que serão suportados pelo Governo, “no limite”, através do Orçamento do Estado, revelou o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, em 8 de setembro.