Carla Castro, deputada da Iniciativa Liberal, é candidata à presidência do partido, anunciou no Fórum TSF e confirmou ao Observador.

A deputada liberal considera “reunir todas as condições” para ser a nova presidente da Iniciativa Liberal. “Creio sinceramente que posso, e vou, liderar uma lista ao partido para uma nova fase de crescimento, com um programa e uma mensagem muito centrada no crescimento e na mobilidade social. É com todo o gosto e toda a honra, e responsabilidade também, que confirmo que vou ser candidata”, referiu.

Ainda sobre o crescimento de um liberalismo mais conservador no seio do partido, a candidata à presidência da IL foi perentória: “Pela minha parte não, não creio que esteja em cima da mesa.”

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Carla Castro assegurou que “não há uma rutura” (mesmo havendo dois elementos da comissão executiva e dois deputados a concorrerem), mas admitiu que “certamente” haverá “diferenças quer do ponto de vista da gestão interna do partido, quer de modos e prioridades externas”.

“Acho que há uma força, uma vitalidade, de apresentar as soluções e as alternativas que pode claramente fazer uma diferença, isto aproveitando o enorme capital que o partido tem, porque o partido tem uma força e uma energia que pode ser muito potenciada”, esclareceu Carla Castro.

A liberal, que já fazia parte do gabinete parlamentar de Cotrim Figueiredo quando era deputado único e que foi a responsável pelo gabinete de estudos do partido, pretende agora chegar à presidência da IL e junta-se a Rui Rocha na corrida, sendo que o também deputado já conta com o apoio do até agora líder liberal.

Rui Rocha, deputado da Iniciativa Liberal, é candidato à liderança. Carlos Guimarães Pinto não volta a candidatar-se

Até integrar a equipa da Iniciativa Liberal no Parlamento, em 2019, Carla Castro não tinha qualquer experiência política. Trabalhava numa seguradora e nos últimos anos era subdiretora para a área digital. Desde que a IL tem um lugar no Parlamento, Carla Castro tornou-se numa das caras mais conhecida do partido, nomeadamente ao ter acompanhado ou substituído João Cotrim Figueiredo em situações específicas ao longo dos anos em que foi deputado único — desde reuniões no Infarmed a audiências oficiais — e ao ser porta-voz dos liberais por várias vezes. Nas últimas eleições legislativas, onde surgiu como segunda escolha por Lisboa, chegou ao Parlamento na equipa de oito deputados liberais.

Apesar de nos últimos tempos correrem rumores de que não estava totalmente alinhada com a linha mais próxima de João Cotrim Figueiredo — o que se prova com o facto de o líder liberal apoiar Rui Rocha —, Carla Castro chegou a ser uma das pessoas mais acarinhadas pelos liberais, o que se provou na Convenção da IL quando foi uma das mais aplaudidas, apenas a par do líder.

Antes da conquista de um gabinete parlamentar, Carla Castro era a responsável por gerir os temas mais sensíveis e complexos, especificamente em momentos como o Orçamento do Estado. O facto de ter ficado com a pasta do gabinete de estudos permitiu-lhe conhecer bem a realidade interna do partido e contactar com muita gente.

Lista B quer “entendimento” com Carla Castro

A lista B, que anunciou a candidatura de Nuno Simões de Melo ao Conselho Nacional da Iniciativa Liberal, considera que a candidatura de Carla Castro é uma “lufada de ar fresco” e anunciou que vai encetar um “diálogo com a candidata com vista à construção de uma plataforma de entendimento entre as duas listas” e à “incorporação” das ideias no programa.

A lista que se auto-intitula representante do “liberalismo clássico” vê com “bons olhos a pluralidade de ideias dentro do partido”, mas assegurou que não se demitirá do processo, “seja através de um acordo com a candidata Carla Castro ou através da apresentação de um terceira via à Comissão Executiva”.