O Governo assumiu que a privatização da Efacec terminou sem sucesso, não revelando o que acontecerá depois deste desaire.

Em comunicado conjunto, o Ministério da Economia e o Ministério das Finanças assumem:  “A reprivatização da participação social de 71,73% da Eface (…) não foi concluída com a alienação da referida participação social, dado não se terem verificado todas as condições necessárias à concretização do acordo de venda”.

Não dizem o que falhou. O comunicado, de dois parágrafos, reafirma que a participação do Estado na Efacec “tem uma natureza transitória”. Como tal, acrescenta-se, “o Governo continua a trabalhar com todas as partes envolvidas, incluindo interessados na aquisição da empresa, numa solução que viabilize a atividade industrial da Efacec e salvaguarde o interesse público.”

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Quase duas horas depois do comunicado do Governo, também a DST fez um comunicado, no qual dizia que, “por não ter sido possível verificar todas as condições necessárias à concretização do acordo de venda da Efacec, não foi concluída a aquisição da referida participação social”. Sublinhava “os esforços de todas as partes envolvidas” que “estiverem arduamente empenhados na concretização desta operação”, mas não tendo sido possível conclui-la deixa uma última frase: “Desejamos o melhor para a Efacec.”

Não é referida a causa do falhanço da venda, no entanto, a operação não chegou a ser notificada à Comissão Europeia, que só avaliou em pré-notificação. A DST já tinha admitido que se houvesse decisão de que haveria ajuda de Estado não avançaria.

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E o Governo não revela o que irá acontecer de seguida. Foi pela voz do ministro da Economia, António Costa Silva, que se ficou na quinta-feira a perceber que o negócio tinha caído, o que acabou por ser noticiado pelo Eco. Não o disse explicitamente, mas deixou as indicações: “Aproximamo-nos da fase em que temos de tomar decisões. (…) Estamos a recolher todos os elementos e brevemente haverá uma posição pública”, já que “é fundamental encontrar uma solução para a empresa, que tem tecnologia e trabalhadores”. Ou seja, o Governo afirmava, pela voz do ministro da Economia, que estava “à procura de solução”, ao mesmo tempo que Costa Silva dizia pretender passar uma “mensagem de tranquilidade”, pelo “trabalho que estamos a fazer para encontrar, com o Ministério das Finanças, uma solução”.