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Num dia marcado pelo anúncio russo da retirada de Kherson, o Presidente ucraniano mostrou-se contido e cauteloso, afirmando que não vai alimentar o inimigo com informações sobre as operações militares que estão a decorrer no país. “O inimigo não nos traz presentes, não faz gestos de boa vontade”, sublinhou no habitual discurso, publicado na conta de Telegram.

“Hoje há muita alegria no espaço mediático e os motivos são claros, mas as nossas emoções devem ser contidas sempre durante uma guerra”, lembrou Zelensky, sem confirmar ou negar as notícias da retirada russa.

Kiev diz não ver sinais de retirada voluntária russa de Kherson

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O líder ucraniano disse que as Forças Armadas estão a mover-se “com muito cuidado, sem emoções, sem riscos desnecessários” para libertar todo o território e garantir o menor número de baixas. “É assim que vamos assegurar a libertação de Kherson, Kakhovka, Donetsk e outras cidades”.

Não vou alimentar o inimigo com todos os detalhes das nossas operações, quer no sul, no leste ou em qualquer outro lado. Quando tivermos os nossos resultados, todos irão ver”, afirmou.

Esta quarta-feira, o general Sergei Surovikin, recentemente nomeado para comandar a “operação militar especial” na Ucrânia, propôs durante uma reunião com o ministro da Defesa a retirada das tropas russas de Kherson. “Tendo avaliado exaustivamente situação, é proposto tomar a defesa ao longo da margem esquerda (oriental) do rio Dnipro (…). Entendo que é uma decisão difícil, mas ao mesmo tempo vamos preservar a coisa mais importante: a vida dos dos nossos militares e, em geral, a eficácia de combate nos grupos das tropas”, afirmou, citado pela Reuters. O ministro Sergei Shoigu aprovou a retirada, sublinhando que a vida dos soldados russos “é sempre uma prioridade”.

Apesar do anúncio, as autoridades ucranianas estão a mostrar-se cautelosas, temendo uma armadilha. Um conselheiro do Presidente da Ucrânia disse que algumas forças russas ainda permanecem na região e que é muito cedo para falar numa retirada. “Até a bandeira ucraniana ser hasteada em Kherson, não faz sentido falar sobre uma retirada russa”, disse à Reuters Mykhailo Podolyak.