A Mesa Nacional do BE reúne-se sábado para discutir o voto final no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), documento que os bloquistas consideram de “empobrecimento” e que já tinha merecido o voto contra na generalidade.

No final desta reunião do órgão máximo do partido entre convenções, que decorre em Lisboa, a coordenadora do BE, Catarina Martins, fará a habitual conferência de imprensa para apresentar as conclusões.

Fonte oficial do partido adiantou à agência Lusa que será discutido nesta Mesa Nacional “a situação política, a resposta a um Orçamento de empobrecimento e o voto do Bloco de Esquerda” na votação final global do OE2023, marcada para a próxima semana.

“São conhecidas as críticas do Bloco de Esquerda à forma como o Governo, recusando responder à perda de poder de compra, vê a inflação como oportunidade para ajustar os rendimentos do trabalho. A proposta do Orçamento não responde à inflação, não protege os rendimentos de quem trabalha e não inclui sequer o conjunto de intenções que o governo foi anunciando”, critica a mesma fonte oficial.

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Na votação na generalidade, o BE voltou a votar contra o documento apresentado pelo Governo do PS.

Estas opções orçamentais que têm sido muito criticadas pelos bloquistas, tendo o partido apresentado cerca de 150 propostas de alteração ao documento que vão ser agora votadas na especialidade.

Na semana passada, Catarina Martins acusou o Governo de não querer falar sobre o orçamento.

“Não quer falar do Orçamento do Estado e percebemos porquê (…) A perda real dos salários médios, neste momento, compara-se aos tempos da troika é por isso que o Partido Socialista não quer falar do Orçamento, porque no Orçamento não tem nenhuma medida para evitar o empobrecimento de quem trabalha, muito pelo contrário”, disse Catarina Martins, no Porto, na 1ª Gala Anticlimática.

Após uma reunião a pedido do Governo ainda antes da discussão e votação na generalidade, em outubro, o BE, pela voz do líder parlamentar, recusou contribuir para o “simulacro de negociações” que considerou ter sido esse encontro com o executivo sobre o Orçamento do Estado, um documento que considerou então que mais parecia ter sido “feito pela direita”.