A startup portuguesa Pleez fechou mais uma ronda de financiamento. Desta vez, a empresa que disponibiliza serviços de otimização de vendas para restaurantes e plataformas de entrega captou um investimento de dois milhões de euros numa ronda série A. Esta ronda acontece alguns meses após o financiamento de 1,5 milhões de euros, em abril, que permitiu à empresa expandir-se para o mercado espanhol.

Esta nova ronda foi liderada pela Lince Capital, uma sociedade de capital de risco portuguesa, e contou também com a participação dos fundos alemães Atlantic Food Labs e Axel Springer Porsche, que já eram ambos investidores na startup. O montante arrecadado vai permitir à Pleez duplicar a equipa de 30 para 60 pessoas em 2023 e “cimentar a sua presença no mercado ibérico”, detalha o comunicado da empresa.

A empresa nasceu em 2020, em pleno pico da pandemia, que fez mexer significativamente o mercado das entregas de refeições. A startup criada por Afonso Pinheiro e Vasco Sampaio desenvolveu uma solução tecnológica com o intuito de aumentar e otimizar as vendas dos restaurantes, que oferece um serviço de gestão ativa dos menus dos restaurantes nas plataformas de entregas, como por exemplo a Glovo ou a Uber Eats.

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O algoritmo desenvolvido pela Pleez recolhe a informação disponível nas plataformas de entrega e do próprio restaurante, acrescentando também informação sobre os concorrentes a esta “receita”. Em comunicado, é explicado que é feita uma análise extensiva que, para além desta informação, integra ainda “fatores externos relevantes como, por exemplo, as condições climatéricas, o dia da semana, a época do ano, entre outras”. No final, a ideia passa por identificar quando e como é que certos artigos ou pratos do menu do restaurante devem ser apresentados aos clientes nas plataformas, tentando otimizar as vendas.

Além disso, explica a empresa, “os restaurantes têm acesso a uma ferramenta que fornece num só local informação 360 do mercado, sendo que cada restaurante tem a sua área de cliente onde podem aceder aos seus dados de vendas e fazer projeções, medir o impacto das alterações dinâmicas ao menu, ou ainda receber informações de mercado relativamente a preços e promoções dos concorrentes.”

De acordo com os números partilhados pela empresa, o processo feito em tempo real e de forma contínua permite aumentar as margens de vendas e o volume global de vendas. É referido que a “adoção das soluções da Pleez tem permitido aos restaurantes aderentes aumentar as suas vendas em cerca de 15%, sendo esse aumento ainda maior no médio e longo prazo.” Em meio ano, a Pleez já geriu 72 mil pedidos por mês e tem atualmente uma carteira com mais de 300 clientes.

“Estamos muito felizes e é um orgulho trazer a bordo a Lince Capital, o primeiro grupo de investimento português a juntar-se a nós”, comenta Afonso Pinheiro, co-fundador da Pleez, sobre esta ronda de investimento. “Expectantes em relação ao futuro, estamos certos de que esta nova ronda de investimento nos ajudará no processo de internacionalização, com o intuito de ajudar todos os players da indústria da restauração a tomar decisões mais informadas em relação aos seus negócios.”

Vasco Pereira Coutinho, CEO da Lince Capital, explica no mesmo comunicado que “a pandemia veio intensificar a utilização das plataformas como a Uber Eats, a Glovo ou Bolt Food, tendo os restaurantes sentido um grande aumento das vendas através da vertente de delivery.”