O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai condecorar esta sexta-feira o general Pires Veloso, postumamente, e a Associação de Comandos, para assinalar o 25 de Novembro, data que considera determinante para a institucionalização da democracia.

Esta cerimónia de condecorações, que terá lugar no Palácio de Belém, em Lisboa, às 19h00, foi esta sexta-feira acrescentada à agenda do chefe de Estado e é destacada numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.

“O Presidente da República, que esta tarde regressa a Lisboa, vai celebrar simbolicamente o 25 de novembro, condecorando, no Palácio de Belém, o general Pires Veloso, a título póstumo, assim como a Associação de Comandos”, lê-se na nota.

Ao longo do seu mandato, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou várias vezes o 25 de Novembro de 1975. Por exemplo, em 2019, nesta data convidou para almoçar o general António Ramalho Eanes.

“Convidei o senhor Presidente Ramalho Eanes para simbolizar que o 25 de Novembro é uma data nacional. Quer dizer que, portanto, é uma data que pertence a todos, não é uma data que possa ser fracionada, dividida, objeto de lutas conjunturais”, justificou na altura, defendendo que deve ser evocada em “espírito de unidade”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Marcelo Rebelo de Sousa disse que Eanes “representa, melhor de que ninguém, a unidade do 25 de Novembro, porque foi uma figura central do 25 de Novembro” e realçou que “foi o primeiro Presidente eleito democraticamente em Portugal”, nas presidenciais de 27 de junho de 1976.

Em abril deste ano, interrogado se o 25 de Novembro de 1975 também cabe no programa de comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974, o chefe de Estado respondeu: “Merece, naturalmente. Eu sempre o assinalei. Mas não cabe no início, que é a pré-história da pré-história do 25 de Abril, cabe depois”.

O general Pires Veloso, que morreu em agosto de 2014, aos 88 anos, foi um dos principais intervenientes do 25 de Novembro, de que saiu vencedora a chamada ala moderada do Movimento das Forças Armadas (MFA).

Não há uma versão consensual sobre os acontecimentos desta data, em que forças militares antagónicas se defrontaram no terreno, e que marcaram o fim do chamado Processo Revolucionário Em Curso (PREC).