O capitão da Seleção nacional, Cristiano Ronaldo, regressou ao Instagram, esta segunda-feira, para uma nova publicação sobre o momento pessoal complexo que está a ultrapassar. Desta vez, não se trata de um texto da sua autoria mas da partilha de uma imagem com um texto em inglês.

“Três aspetos da realidade: dor, incerteza e trabalho constante”, pode ler-se na mensagem colocada numa story, ferramenta da referida aplicação em que as partilhas duram apenas 24 horas.

Esta foi a segunda publicação feita pelo jogador desde que Portugal deixou o Qatar, após a eliminação frente a Marrocos. Se a primeira tinha como tema central a participação portuguesa no Mundial e o percurso e ambição de CR7, a desta terça-feira parece ser uma resposta aos críticos que colocaram o seu profissionalismo em causa durante a competição e aos que duvidam da veracidade dos seus sentimentos.

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Dois dias antes da estreia de Portugal no Mundial, Cristiano Ronaldo e o Manchester United anunciavam a rescisão do contrato que os ligava por mútuo acordo. A decisão foi a consequência de uma entrevista do internacional português na qual disse não respeitar o treinador dos red devils, Erik Ten Hag. A Piers Morgan confessou também o quão difícil foi lidar com a morte de um dos filhos gémeos durante o parto, em abril deste ano.

No Qatar, Ronaldo tornou-se no primeiro jogador da história a marcar em cinco Mundiais, depois de ter marcado na vitória por 3-2 frente ao Gana, mas não conseguiu superar Eusébio, o melhor marcador luso na competição, que apontou nove tentos nos seis jogos de 1966.

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Depois de ter sido titular nos três encontros da fase de grupos, nos quais foi sempre substituído, Ronaldo, de 37 anos, ficou fora do onze da seleção para o embate dos oitavos de final, com a Suíça, que Portugal venceu por 6-1, algo inédito, num jogo a contar de uma grande competição, desde 2004.

Na antevisão do encontro com Marrocos, o selecionador português, Fernando Santos, admitiu que Cristiano Ronaldo ficou insatisfeito quando soube que seria suplente frente à Suíça, mas negou que o avançado tenha manifestado vontade de abandonar a concentração lusa no Mundial2022.

Antes, Fernando Santos confessou que não gostou “mesmo nada” do desabafo de Cristiano Ronaldo quando foi substituído por André Silva (65) no jogo com a Coreia do Sul, que Portugal perdeu por 2-1, mas assegurou que o assunto estava resolvido. As imagens televisivas mostram que quando saiu de campo frente aos coreanos, o capitão luso disse “estás com uma pressa para me tirar do campo”, dirigindo-se, claramente, ao banco da seleção.

Esta verdadeira montanha-russa de acontecimentos levou Ronaldo, que saiu em lágrimas após a derrota frente Marrocos nos quartos de final, naquele que deve ter sido o seu último Mundial, a garantir que jamais jamais viraria as costas aos companheiros e ao país. “Infelizmente, ontem [no sábado] o sonho acabou. Não vale a pena reagir a quente. Quero apenas que todos saibam que muito se disse, muito se escreveu, muito se especulou, mas a minha dedicação a Portugal não mudou nem por instante. Fui sempre mais um a lutar pelo objetivo de todos e jamais viraria as costas aos meus companheiros e ao meu país”, escreveu num balanço do Campeonato do Mundo publicado nas redes sociais domingo.

“Felizmente ganhei muitos títulos de dimensão internacional, inclusive por Portugal, mas colocar o nome do nosso país no patamar mais alto do mundo era o meu maior sonho”, confessou, acrescentando: “Nas cinco presenças que marquei em Mundiais ao longo de 16 anos, sempre ao lado de grandes jogadores e apoiado por milhões de portugueses, dei tudo de mim. Deixei tudo em campo. Nunca virei a cara à luta e nunca desisti desse sonho.”

O avançado terminou a publicação com agradecimentos a Portugal e ao Qatar, manifestando a esperança de que “o tempo seja bom conselheiro e permita que cada um tire as suas conclusões”.