Jeremy Clarkson está novamente debaixo do fogo da opinião pública. Desta vez porque escreveu um texto no qual ridiculariza o príncipe Harry dizendo que é um fantoche, e é especialmente duro para Meghan Markle, com ferozes críticas e ataques à duquesa dizendo que a “odeia”. Na sua coluna semanal no jornal The Sun e no texto da passada sexta-feira, 16 de dezembro, o apresentador escreveu sobre os duques de Sussex com um tom agressivo e uma narrativa ofensiva. O texto foi publicado depois do lançamento de todos os episódios da série documental “Harry & Meghan” na Netflix.

Começaram a chover críticas e nas redes sociais foram usadas palavras como “vil”, “horrífico” e “abusivo”, segundo o Guardian. A coluna em questão terá recebido mais de seis mil queixas, segundo dá conta a BBC. A própria filha de Jeremy Clarkson, Emily, que apresenta o podcast “Should I Delete That?”, foi elogiada por uma publicação que fez no Instagram onde terá escrito “Quero deixar muito claro que estou contra tudo o que o meu pai disse sobre Meghan Markle e mantenho o meu apoio àqueles que são alvo de ódio online”, segundo cita o Guardian.

Clarkson já reagiu esta segunda-feira à polémica na sua conta de Twitter, onde escreveu a seguinte mensagem: “Numa coluna escrevi sobre Meghan, fiz uma referência descuidada a uma cena da “Guerra dos Tronos” e correu mal para muita gente. Estou horrorizado por ter causado  tanta dor e terei mais cuidado no futuro”.

O texto do conhecido apresentador de televisão britânico e autor refere-se ao príncipe Harry como “Harold Markle” e descreve-o como um fantoche. Afirma que tem pena “porque hoje ele é apenas um fantoche que perdeu o controlo do que diz ou faz”. Mas Clarkson vai mais longa na sua metáfora. “Agora parece que ela tem o braço tão enfiado pelo seu traseiro que pode usar os dedos para alterar as expressões faciais dele”.

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“Meghan é uma história diferente. Eu odeio-a. Não como odeio a Nicola Sturgeon [primeira-ministra da Escócia] ou Rose West [uma serial killer]. Odeio-a a um nível celular”, escreve Clarkson.

O autor da crónica e apresentador de televisão faz a dada altura uma referência a uma cena bem conhecida da série “Guerra dos Tronos” que ficou conhecida como “walk of shame”, “a marcha da vergonha” e escreve: “À noite não consigo dormir enquanto fico ali deitado, a ranger os dentes e a sonhar com o dia em que ela tenha que desfilar nua pelas ruas de todas as cidades da Grã-Bretanha enquanto as populações entoam ‘Vergonha!’ e lhe atiram pedaços de excrementos.”

Acredita que será um pensamento partilhado pelas pessoas da sua idade e diz-se chocado com “jovens, especialmente raparigas” que a acham porreira. Para o autor, tudo o que os duques de Sussex estão a fazer desde que deixaram o Reino Unido é planeado, desde culpar os membros da família real, à série da Netflix, passando pela entrevista com Oprah.

Clarkson prevê um futuro em que Meghan vai “saturar” o tema da realeza, irá afastar-se, e veremos “fotografias dela ao estilo de Diana”. O autor vai mais longe na paródia e diz que a veremos “no iate de um playboy e irá casar com milionário da tecnologia e eles terão uma criança com um nome enjoativo como Peace [Paz] ou Truth [Verdade] ou Love [Amor]”. Para o príncipe, Clarkson prevê que fique “preso” na Califórnia, sem amigos nem família e teme que no futuro haja uma geração que “cresceu a acreditar que Carlos, William e companhia são bullies”.

Jeremy Clarkson é uma figura bem conhecida no Reino Unido, com muitos momentos inconvenientes ou politicamente incorretos a fazerem parte do seu curriculum. Foi um dos três apresentadores do programa de automóveis Top Gear e em 2015 a BBC convidou-o a afastar-se por, alegadamente, esmurrar um produtor. Também apresentou a versão britânica do programa “Quem quer ser milionário?”.