A ZeroAvia é uma companhia fundada em 2017 e com sede nos EUA, que desde então trabalha no desenvolvimento de um sistema não poluente para alimentar aviões, colocando de lado os combustíveis fósseis. No seu lugar, a jovem empresa pretende instalar motores a hélice eléctricos alimentados por fuel cells – similares às utilizadas em automóveis como o Toyota Mirai ou o Hyundai Nexo -, células de combustível que associam hidrogénio armazenado em tanques ao oxigénio do ar para gerar a electricidade que alimenta os motores.

A estratégia da ZeroAvia é criar um sistema que seja escalável, inicialmente para um avião com até 20 lugares, mas que possa aumentar para aparelhos maiores e com maior capacidade de transporte. No entanto, antes de evoluir para aparelhos mais potentes, a empresa tem de provar a sua tecnologia com o tal aparelho mais pequeno, para o qual recebeu autorização para voar por parte da Autoridade Britânica para a Avião Civil (CAA).

O aparelho que serviu de base à adaptação do sistema da ZeroAvia é um Dornier 228 com dois motores a hélice e a capacidade para deslocar 19 passageiros. Os dois motores eléctricos fornecem 600 kW, aproximadamente 816 cv, e garantem uma autonomia de 300 milhas, cerca de 555 km, com a ZeroAvia a estar já a aprontar uma segunda versão da sua propulsão eléctrica para aviões maiores, com potências de 2000 a 5000 kW, autonomias de 700 milhas (1295 km) e capacidade para 90 passageiros.

Depois de receber a autorização da CAA em Dezembro, a ZeroAvia realizou esta semana o voo inaugural do seu Dornier 228 adaptado. No processo, a empresa não só prova que o seu sistema funciona, como estabelece um novo recorde para o maior avião movido por electricidade produzida a partir de hidrogénio verde, apesar desta primeira viagem ter demorado somente 10 minutos, o necessário para a primeira demonstração junto das autoridades.

A ZeroAvia, que já recebeu investimentos do Alaska Air Group, além de 35 milhões de dólares da United Airlines, aguarda agora uns adicionais 30 milhões de dólares por ter demonstrado que o avião eléctrico a fuel cell voa. Esta mecânica eléctrica testada no Dornier 228 deverá terminar o ciclo de desenvolvimento ainda este ano para, assim que estiver certificada, aviões eléctricos desta dimensão começarem a operar comercialmente em 2025.

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